Da Redação com Lusa
Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, tomou posse e defendeu o envolvimento das pessoas no processo de decisão da cidade e realçou como primeira obrigação ajudar os lisboetas a recuperarem da crise pandêmica da covid-19.
“A comunidade tem de estar no centro de tudo. As soluções que realmente geram prosperidade têm que vir de baixo para cima e não de cima para baixo. Têm que partir das pessoas, têm que ser sentidas pelas pessoas, têm que servir as pessoas”, afirmou o social-democrata Carlos Moedas, no seu discurso de tomada de posse como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, reiterando a proposta de criar uma Assembleia de Cidadãos.
Assinalando a tomada de posse como “um ritual de passagem de testemunho, de transição pacífica de poder, de alternância democrática”, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa manifestou “emoção” nesta cerimônia, em que contou com a presença da família, de amigos e de pessoas que partilham a “paixão por Lisboa”.
Sobre as decisões políticas para o quadriênio 2021/2025, Carlos Moedas disse que a primeira obrigação é a de ajudar os lisboetas, os comerciantes locais e as empresas a recuperarem o “mais rapidamente possível” da crise provocada pela pandemia de covid-19.
“É aqui que entra o novo programa Recuperar+ e outras iniciativas de resposta imediata e sem burocracia, mas também as nossas propostas de redução de impostos, que darão maior liquidez às famílias”, apontou o social-democrata, destacando ainda a redução de impostos municipais, para que Lisboa seja uma “cidade fiscalmente amigável”.
Na área social, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa defendeu a preocupação pela população mais frágil, no sentido de ter “uma comunidade saudável”, sugerindo “um plano de acesso à saúde para os lisboetas com mais de 65 anos, que são carenciados e que hoje, em muitos casos, não têm médico de família”, assim como iniciativas para apoiar as pessoas em situação de sem-abrigo e para reforçar a rede de cuidadores informais.
“Gostava que Lisboa fosse conhecida como a cidade que cuida, que cuida de quem precisa”, reforçou.
Outras das áreas de intervenção são habitação e urbanismo, inclusive “acelerar a reconversão urgente do muito patrimônio municipal devoluto”, assim como mobilidade, segurança, espaços verdes e cultura.
A cerimônia de posse do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e a instalação dos órgãos do município de Lisboa para o quadriênio 2021/2025 decorre na Praça do Município de Lisboa, com cerca de 700 lugares sentados, inclusive para a presença de várias personalidades como o ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, os antigos primeiros-ministros Francisco Pinto Balsemão, Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes (atual presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz), o presidente do PSD, Rui Rio, e o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, e mais de uma centena de pessoas a assistir em pé.
O presidente cessante da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, também esteve presente, assim como os ex-líderes do PSD Luís Marques Mendes e Manuela Ferreira Leite, os presidentes das câmaras municipais de Cascais, Carlos Carreiras, e do Porto, Rui Moreira, o presidente do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, o candidato à liderança do PSD Paulo Rangel, e os antigos candidatos à liderança do PSD Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz.
No final da cerimônia de tomada de posse do novo executivo municipal, Fernando Medina disse que se despede da presidência da câmara com “um sentimento de tristeza pessoal” e “de missão cumprida”.
“Com sentimento de que deixo a cidade melhor do que aquela que tinha, no sentido de que a cidade avançou mais nas áreas em que eu entendia que eram fundamentais, e também no sentido de que deixamos para o novo executivo todas as condições do ponto de vista financeiro, do ponto de vista organizativo, do ponto de vista da planificação das coisas”, salientou.
Fernando Medina indicou que a transição de pastas para o novo executivo decorreu “da forma como deve decorrer em democracia”, desejando “boa sorte aos novos eleitos, que tudo lhes corra bem, a bem da cidade e dos lisboetas”.
O socialista, que liderou a Câmara Municipal de Lisboa desde 2015, sucedendo ao agora primeiro-ministro, António Costa, justificou também que decidiu não assumir o cargo de vereador na oposição por entender que a sua presença “seria sempre um elemento de tentação à continuação do que foi o debate eleitoral”.