Mundo Lusíada Com agencias
O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, realizou uma visita “curta mas muito intensa” a Portugal entre os dias 26 e 27 de novembro. Gusmão teve encontros de cortesia com o presidente português Cavaco e Silva, no Palácio de Belém, e com o presidente da Assembléia da República e com primeiro-ministro José Sócrates. Xanana Gusmão também participou, dia 26, num encontro organizado pelo AICEP com empresários portugueses, incluindo alguns investidores em Timor-Leste, com intuito de estabelecer contato com o atual ambiente de negócios no país. Acompanharam o primeiro-ministro timorense na visita a Portugal a ministra da Justiça, Lúcia Lobato e o ministro do Turismo, Comércio e Indústria, Gil Alves, numa delegação que teve também representantes do ministério da Educação e da secretaria de Estado do Emprego e Formação Profissional. Xanana Gusmão, que também é ministro da Defesa e da Segurança, aproveitou a oportunidade para discutir questões da área de segurança, no âmbito da cooperação bilateral. O Primeiro-ministro timorense esteve visitando ainda a sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), além de encontrar-se com a comunidade timorense em Portugal, na Reitoria da Cidade Universitária de Lisboa. Segundo informações da Rádio Clube de Portugal, ao final de um encontro com o presidente Cavaco Silva, o primeiro-ministro timorense pediu ajuda à bancos portugueses. Gusmão teria dito que não há bancos em Timor para apoiar os privados e portanto, pediu apoio à Caixa Geral de Depósitos, que já se mostrou disponível. O primeiro ministro timorense teve ainda encontro com o BPI, para pedir um investimento num fundo de petróleo. País pode ser grande Em uma intervenção no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa, Xanana Gusmão, que passou a liderar o executivo timorense encabeçando uma coligação que lhe garante a maioria absoluta no parlamento timorense, garantiu que o país é pequeno mas “pode vir a ser grande”. “Neste momento, grandes são as expectativas e grandes são os desafios”, vincou, comentando o fato de nos últimos dois anos o país ter andado de novo nas "bocas do mundo". “Nestes dois últimos anos, Timor-Leste andou de novo pelas bocas do mundo e muito se disse, e se escreveu, sobre o nosso país. Inclusivamente que nos íamos transformar num Estado falhado ou ficar reféns de poderosos interesses globais, políticos e econômicos", disse. Comparando o que já foi feito em termos de crescimento econômico, combate à pobreza e estabilidade política e de segurança, Gusmão destacou o "novo ciclo de vida de Timor-Leste", que disse ser "por si só um grande progresso". “Sentimos que muito se fala de Timor mas de uma forma irresponsável", salientou ainda, referindo-se ao artigo publicado no diário Público, que define Timor-Leste como "Um País Insustentável". “Em apenas 15 meses Timor-Leste assistiu já a uma mudança fundamental: houve mudança na mentalidade nacional”, frisou. Xanana Gusmão referiu ainda que o seu governo vai continuar a lutar pela construção do gasoduto no sul do país, em alternativa à solução australiana. "Este projeto, a somar à criação de uma companhia petrolífera nacional corresponde à potencial criação de mais emprego e de crescimento econômico", justificou. “Estamos prontos para demonstrar que é possível desenvolver o nosso país e estamos também prontos para receber o investimento privado, dos que querem aproveitar esta oportunidade", adiantou. TV Escola em Timor Neste mês de novembro, o Governo de Timor-Leste ainda assinou vários acordos bilaterais em Portugal nas áreas da educação, que passam pela criação de uma TV Escola e pela formação de alunos e professores. De acordo com João Câncio Freitas, ministro da Educação timorense, foi estabelecido um acordo entre o Ministério da Educação português, a TV TEL (de Timor-Leste) e a RTP, com a possibilidade de parceria com canais brasileiros, para os timorenses aprenderem a língua portuguesa através da televisão. “Estamos a explorar todas as possibilidades de ensino", disse o ministro à Agência Lusa à margem da reunião extraordinária dos ministros da Educação e da Cultura da CPLP. Lembrando que Timor-Leste teve uma "interrupção de mais de duas décadas na língua portuguesa", o governante disse que o grande "desafio" prende-se com a geração mais nova que "quase não fala português". Através da TV Escola, os timorenses terão acesso a aulas de português, acesso a programas culturais e a telenovelas portuguesas. "O povo timorense gosta muito de novelas", disse o ministro, explicando que o fato da novela ser falada em português poderá ajudar os timorenses a aprenderem a língua. Foi ainda assinado um acordo com a reitoria da Universidade de Évora para a formação de quadros timorenses, "mais orientada para a exploração do mar, nomeadamente a formação de engenheiros petrolíferos", indicou João Câncio Freitas. O acordo com a Universidade de Évora prevê ainda o intercâmbio de professores e alunos portugueses e timorenses.
Turismo presta mau serviço ao país se não combater “mitos urbanos” sobre setor – Governo
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