Em Portugal, todos os museus, palácios e monumentos nacionais estão fechados

Da Redação
Com Lusa

Todos os museus, monumentos e palácios em Portugal, sob a tutela da Direção-Geral do Patrimônio Cultural (DGPC), estão fechados, anunciou este organismo, no âmbito do combate à pandemia da Covid-19.

“Na sequência das medidas adotadas em Conselho de Ministros, e por forma a garantir as recomendações da DGS [Direção-Geral da Saúde], relativas à concentração de pessoas, a DGPC informa que estão encerrados todos os monumentos, palácios e museus nacionais sob sua gestão direta”, lê-se no ‘site’ da DGPC,.

A medida abrange o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, o Palácio Nacional de Mafra, os mosteiros da Batalha e de Alcobaça e o Convento de Cristo, em Tomar, monumentos inscritos na lista do patrimônio mundial da UNESCO, e os museus nacionais, além do Panteão Nacional, do Palácio Nacional da Ajuda, da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves e do Museu de Arte Popular, também na capital portuguesa.

Ao final da manhã, o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, já anunciara o seu encerramento, nas redes sociais, “para prevenção e salvaguarda da saúde pública”, enquanto o Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real e o Museu Nacional do Azulejo se encontravam na lista de instituições fechadas da DGPC.

Estes três museus de Lisboa lideram, historicamente, a lista dos mais visitados da DGPC a nível nacional.

Com eles, na lista de encerrados divulgada ao final da manhã, estavam também o Panteão Nacional, o Palácio Nacional de Mafra e a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa, e o Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, que se juntavam aos mosteiros da Batalha e de Alcobaça, ao Convento de Cristo, em Tomar, ao Palácio Nacional da Ajuda e aos museus nacionais da Música e de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, todos em Lisboa, assim como ao Museu Monográfico de Conímbriga – Museu Nacional, no concelho de Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, encerrados no sábado.

O processo de encerramento de museus, palácios e monumentos nacionais, tutelados pela DGPC, teve início na sexta-feira, com o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém e o Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.

O Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, anunciara o seu encerramento temporário, na passada segunda-feira, dia 09, no âmbito das obras de manutenção nos espaços de exposição, que têm vindo a decorrer desde setembro.

A DGPC tem a seu cargo a gestão direta de 24 monumentos e museus nacionais, como se lê no seu ‘site’, na página de apresentação dos serviços dependentes, entre os quais se incluem os museus nacionais Grão Vasco, em Viseu, Resistência e Liberdade – Fortaleza de Peniche, e os museus nacionais de Etnologia, do Traje, do Teatro e da Dança, em Lisboa.

“O normal funcionamento destes monumentos, palácios e museus nacionais será retomado tão em breve quanto as circunstâncias o permitam”, conclui o comunicado da DGPC.

Castelo de S.Jorge também

A área ao ar livre do Castelo de São Jorge, o único equipamento municipal que ainda estava em funcionamento na cidade de Lisboa, também anunciou encerramento nesta segunda-feira, segundo a Câmara Municipal.

No comunicado, a autarquia esclarece ainda questões relacionadas com a manutenção de abertura do Castelo de São Jorge, que já tinha sido questionada na semana passada pelo STML – Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa e pelo BE/Lisboa, lembrando que, “desde a primeira hora”, o município encerrou todos os equipamentos desportivos, culturais e recreativos como medida para reduzir riscos de exposição e contágio do Covid-19.

Segundo a autarquia, a zona ao ar livre do Castelo de São Jorge permaneceu aberta “como forma de apoio à dispersão de turistas pela cidade”, tendo sido encerrados os espaços museológicos/interpretativos.

Contudo, é referido, “foram implementadas todas as medidas de proteção sobre atendimento público aos trabalhadores das bilheteiras”.

Por outro lado, até este fim de semana, “e numa situação possivelmente única a nível nacional”, permaneciam na cidade dezenas de milhares de turistas para os quais não foi possível promover ou assegurar regresso antecipado aos seus países, é acrescentado na nota.

“Assim, e como medida de saúde pública, a CML procurou assegurar a sua dispersão pelos diferentes espaços ao ar livre, evitando a sua concentração em menos locais e/ou como espaços fechados (como restaurantes ou cafés, centros comerciais ou outros)”.

Na terça-feira, a Câmara de Lisboa já tinha tomado um conjunto de “medidas temporárias para reduzir riscos de exposição e contágio” do Covid-19 e decidido encerrar os museus, galerias e bibliotecas municipais, assim como os teatros municipais (São Luiz, LuCa e Teatro do Bairro Alto), do Padrão dos Descobrimentos e do Cinema São Jorge.

De acordo com a autarquia, “estas medidas estão sujeitas a avaliação permanente”, definindo-se para já a sua vigência até 03 de abril.

As piscinas geridas pelo município e juntas de freguesia também foram encerradas e ficaram suspensas todas as atividades desportivas promovidas pela autarquia em recinto fechado, tal como todas as visitas de lazer, turismo ou de âmbito cultural promovidas pelo município.

No domingo também foram suspensas as feiras do Relógio e das Galinheiras, que se realizam semanalmente ao domingo.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detectado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.000 mortos em todo o mundo. Portugal tem mais de 300 casos confirmados.

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