Da redação
Com agencias
A presidente Dilma Rousseff embarca na noite de 8 de junho para Portugal, onde fica até o começo da próxima semana. A visita ao país envolve aspectos econômicos, como a participação de empresas brasileiras no processo português de privatizações, a situação dos engenheiros portugueses que migram para o Brasil, além de acordos bilaterais nas áreas de educação, do Judiciário e de portos.
A viagem de Dilma ao país tem também aspectos culturais. A presidente brasileira participa dia 10 do encerramento do Ano do Brasil em Portugal e do Ano de Portugal no Brasil – comemoração com diversos eventos culturais (nas áreas de música, teatro, dança, circo, fotografia e artes plásticas) que ocorrem, desde 7 de setembro de 2012, em Lisboa e outras cidades portuguesas, assim como em algumas regiões do Brasil.
A agenda de compromissos da presidente em Portugal ainda está sendo fechada. Mas há a previsão de reuniões com o presidente do país, Anibal Cavaco Silva. Ao final, os dois devem fazer uma declaração à imprensa. Há, ainda, um encontro com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, e o jantar oficial do Prêmio Camões, no Palácio Nacional de Queluz, em Lisboa.
A passagem de Dilma a Portugal deve ter também momentos de cobranças. Engenheiros portugueses se queixam que, apesar das declarações das autoridades, quando migram para o Brasil esbarram em dificuldades para trabalhar e regularizar sua situação. Paralelamente, os portugueses também cobram do Brasil explicações sobre a exclusão de Portugal do Programa Ciência sem Fronteiras.
De acordo com as autoridades brasileiras, as universidades portuguesas foram excluídas do programa porque um dos objetivos do Ciência sem Fronteiras é estimular o estudante brasileiro a aprender um idioma, o que não ocorre quando a opção é uma instituição em Portugal. Também está em discussão a questão da privatização da empresa Transportes Aéreos Portugueses (TAP) que envolve um setor de reparação de aeronaves e a Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (Embraer).
Engenheiros e proteção de testemunhas
Dilma Rousseff e autoridades portuguesas deverão assinar pelo menos três acordos envolvendo o Brasil e Portugal. O impasse sobre a regularização da situação dos engenheiros portugueses que migram para o Brasil pode ser solucionado com o reconhecimento do diploma no Brasil. Há, ainda, um acordo sobre o uso do Porto de Cantanhede, na região de Coimbra (Portugal), e de proteção de testemunhas e condução de processos judiciários.
Os acordos deverão ser assinados no momento em que a presidenta agradece o apoio do governo de Portugal à eleição do embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 53 anos, para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Portugal liderou um grupo de países europeus em favor da candidatura do brasileiro na disputa com o mexicano Herminio Blanco.
A escolha de Azevêdo, em maio, esbarrou em dificuldades impostas, principalmente por alguns países europeus. Mas a delegação de Portugal comandou uma campanha com mais 11 países em favor do brasileiro, o que o ajudou na eleição. O embaixador toma posse como diretor-geral da OMC em 1º de setembro.
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