Mundo Lusíada
Com Lusa
O primeiro-ministro assegurou que em Portugal Continental não irão vigorar normas de quarentena para visitantes de fora do país, e disse estar tranquilo e “sem pressas” quanto à reabertura da fronteira terrestre com Espanha.
No final de um Conselho de Ministros de quase oito horas, que se reuniu para fazer o balanço das medidas da segunda fase de desconfinamento e tomar decisões relativamente à terceira fase, no âmbito da pandemia de covid-19, António Costa foi questionado se Portugal estava a negociar com algum país para que turistas possam entrar no país sem quarentena.
“Em Portugal Continental não vigorou, não vigora e nem pretendemos que venham a vigor normas de quarentena, têm sido única e exclusivamente adotadas pelas Regiões Autónomas, nunca o Governo da República as adotou e nunca as irá adotar”, afirmou.
Questionado se concorda com o anúncio feito pelo seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez, de que a fronteira terrestre não reabra antes de 15 de julho, o primeiro-ministro remeteu o tema para negociações bilaterais.
“Estamos totalmente tranquilos e sem pressas na reabertura da nossa fronteira, respeitamos integralmente a sua vontade de não proceder à reabertura antecipada de fronteiras”, afirmou.
António Costa salientou que esta fronteira terrestre se mantém aberta para transporte de mercadorias, trabalhadores transfronteiriços e para os emigrantes que pretendam atravessar a Espanha para vir a Portugal, recordando que França já assegurou que os portugueses não terão de cumprir quarentena no regresso de férias.
As regras de segurança da aviação têm sido justificadas com “a qualidade do ar e o sistema de depuração nas cabines dos aviões”, bem como pelo uso de máscara obrigatório, defendeu.
A partir de 01 de junho, os aviões vão poder votar com a lotação completa e não a dois terços da capacidade, como até agora.
Emigrantes bem-vindos
Também a ministra da Saúde afirmou que os emigrantes portugueses são “muito bem-vindos” e que só correrão riscos se não cumprirem as “regras básicas do distanciamento físico”.
“Não é pela circunstância das pessoas trabalharem num outro país e virem visitar os seus [em Portugal] que há um risco específico”, disse Marta Temido durante a conferência de imprensa diária sobre a evolução da covid-19.
E acrescentou: “O risco específico decorre do incumprimento das regras básicas, do distanciamento físico – que eu compreendo que seja mais difícil de manter quando nós não vemos os nossos há longo tempo – e das medidas básicas de utilização de equipamento de proteção individual, lavagem das mãos e não partilha de objetos”.
A governante manifestou-se convicta de que os emigrantes “entrarão no país cumprindo as regras que é preciso cumprir em qualquer sítio do mundo”, e serão muito bem-vindas.
Mas ressalvou que a sua equipe está a “aferir, a cada momento, a possibilidade de fazer, uma vez mais, campanhas de informação, mas para reforço genérico das mensagens”.
A comunidade portuguesa em vários países europeus planeja passar as férias de verão em Portugal, depois dos planos de visitar o país na Páscoa não se ter concretizado devido ao estado de emergência em resposta à pandemia de covid-19.
A agência Lusa contactou conselheiros das comunidades na Alemanha, França e Suíça, tendo de todos obtido a garantia que é propósito destes emigrantes visitar a família e os amigos em Portugal.
A grande dúvida é o transporte e percurso a realizar, uma vez que estando aberto o espaço aéreo europeu, as companhias aéreas só agora começam a retomar alguns voos.
Mas mesmo que as ligações comecem a ser mais frequentes, os emigrantes nestes países mostraram-se mais inclinados para realizarem viagem de carro, atravessando assim as fronteiras terrestres.
Fora da Europa, a TAP anunciou nesta semana a ampliação de voos, como para o Brasil, a partir de julho. Por enquanto estão previstos dois voos por semana para S. Paulo e um voo semanal para o Rio de Janeiro.
Portugal contabiliza pelo menos 1.396 mortos associados à covid-19 em 32.203 casos confirmados de infecção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).