Mundo Lusíada
Com Lusa
O Presidente português defendeu que, para vencer o desafio do crescimento, Portugal deve apostar no investimento estrangeiro e nas exportações, e considerou que essa foi “uma aposta nacional dos últimos anos que foi bem-sucedida”.
Marcelo Rebelo de Sousa falava perante representantes das câmaras de comércio portuguesas, que recebeu nesta tarde no Palácio de Belém, em Lisboa – e de quem ouviu um pedido de reconhecimento formal pelas autoridades portuguesas, que prometeu colocar ao Governo.
No início da sua intervenção, o chefe de Estado afirmou que “as câmaras de comércio responderam prontamente durante a recessão dos últimos anos ao desafio nacional focado no aumento das exportações e da captação do investimento estrangeiro”.
“Temos de convir que esta foi uma aposta nacional – a aposta no investimento estrangeiro e nas exportações – dos últimos anos que foi bem-sucedida. E esse reconhecimento deve ser feito em nome de Portugal”, acrescentou.
Depois, o Presidente da República falou do futuro: “O desafio que temos pela frente nesta década e na próxima, mas certamente nos anos imediatos, é o de manter e aumentar o ritmo de crescimento da economia portuguesa acima daquele registado nomeadamente nos últimos anos. E isso implica uma aposta quer no investimento estrangeiro quer nas nossas exportações”.
“É preciso olhar de frente para os chamados custos de contexto, e resolvê-los, e acreditarmos ainda mais nas nossas capacidades enquanto povo que tem produzido empresários que lideram negócios à escala ibérica, europeia e mundial. Só assim é possível criar mais riqueza e emprego em Portugal e nas empresas portuguesas espalhadas pelo mundo”, prosseguiu.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “a conjuntura mundial e a própria conjuntura europeia não são propriamente fáceis”. No entanto, o Presidente da República deixou uma mensagem de otimismo e confiança.
“Apesar das dificuldades que conhecemos a nível macroeconômico e microeconómico, e que é urgente enfrentar, sabemos todos que somos um país com casos empresariais de sucesso que nascem todos os dias ou renascem todos os dias e onde vale a pena, orgulhosamente e, sublinho, em segurança, investir e viver”, declarou.
Governo de Costa
Marcelo Rebelo de Sousa recebeu hoje cumprimentos do Governo de António Costa, em Belém, e reiterou os desejos de sucesso ao executivo do PS, mas afirmou que não passa “cheques em branco”.
Nesta cerimónia de apresentação de cumprimentos do Governo ao Presidente da República, realizada na Sala das Bicas do Palácio de Belém, o primeiro-ministro, António Costa, renovou o “compromisso de máxima lealdade e cooperação” com o chefe de Estado.
Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa desejou “sucesso na atuação do Governo” e afirmou: “Nenhum Presidente da República passa cheques em branco a nenhum Governo, mas nenhum Presidente da República deve ter preconceito em relação a nenhum Governo”.
“É fundamental que haja sucesso na atuação dos órgãos de soberania, sucesso na atuação do Governo, num momento em que se impõe na sociedade portuguesa uma pacificação, uma desdramatização, uma descrispação, uma estabilidade política, económica e social. É aquilo que eu sinto que as portuguesas e os portugueses querem. É isso que deve ser o desígnio da atuação dos órgãos de soberania”, considerou.
Nesta ocasião, o Presidente da República voltou a defender que a importância da cooperação entre órgãos de soberania é reforçada por acontecimentos como “o ataque cego e cobarde” de terça-feira em Bruxelas.
A este propósito, Marcelo de Sousa congratulou-se com “a intervenção do senhor ministro dos Negócios Estrangeiros reafirmando a presença do Presidente da República e do primeiro-ministro no 10 de Junho em Paris com a comunidade portuguesa”. “É um sinal de que não vacilamos, de que não temos medo, de que não nos intimidamos”, declarou.
O Presidente da República salientou que, no mesmo dia, haverá a celebração do 10 de Junho em Portugal, e depois em Paris, “no território espiritual de Portugal que também são as comunidades portuguesas”.
No que respeita ao relacionamento entre Governo e Presidente da República, o primeiro-ministro defendeu que deve haver “consonância” não apenas nos domínios em relação aos quais a Constituição atribui especiais competências ao chefe de Estado, mas “no conjunto das matérias que são fundamentais para o país”.
“É essa consonância que nós gostaríamos sempre de manter, e quero testemunhar que nestas duas semanas de partilha de funções de Estado tem sido possível e houve sempre em todos os momentos uma total consonância no que diz respeito à política externa, à nossa participação de Portugal na União Europeia e noutras matérias importantes para o país como a estabilização do nosso sistema financeiro”, acrescentou.
António Costa assegurou “toda a permanente disponibilidade” dos membros do Governo para cooperar com o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu ao primeiro-ministro e voltou a desejar “o êxito da atividade governativa, porque significará o êxito de Portugal”.