Da Redação
Com Lusa
O novo presidente do conselho de administração da petrolífera Sonangol, Carlos Saturnino, exonerou Isabel dos Santos do cargo de presidente da comissão executiva da subsidiária da petrolífera responsável pela pesquisa e produção.
A informação, divulgada nesta quinta-feira pela Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), resulta da exoneração anterior do conselho de administração da petrolífera, decidido pelo Presidente da República, João Lourenço, sendo que além de Isabel dos Santos foram igualmente afastados da Sonangol Pesquisa & Produção (P&P) os vogais Edson dos Santos e Sarju Chandulal Raikundalia.
A decisão tem a particularidade de ser tomada, em despacho interno de 20 de novembro, por Carlos Saturnino, que em dezembro de 2016 foi afastado do cargo de presidente da comissão executiva da Sonangol P&P pela então presidente do conselho de administração da Sonangol EP, Isabel dos Santos. A filha do então Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, chamou a si aquelas funções, a 05 de dezembro de 2016.
A 15 de novembro último, Carlos Saturnino foi nomeado pelo novo chefe de Estado para o lugar de Isabel dos Santos, exonerada no mesmo dia da liderança do grupo.
Em dezembro de 2016, quando estava há seis meses à frente da Sonangol, Isabel dos Santos anunciou a exoneração de Carlos Saturnino – e restante administração – da subsidiária da petrolífera estatal angolana responsável pela pesquisa e produção de petróleo, alegando “desvios financeiros” detetados na análise às contas que mandou fazer às subsidiárias.
“A Sonangol P&P é a empresa do grupo Sonangol que durante a avaliação efetuada apresentou as maiores debilidades de gestão e consequentemente de desvios financeiros”, refere o comunicado da empresa, distribuído a 20 de dezembro de 2016.
“Não é correto, nem ético, atribuir culpas à equipe que somente esteve a dirigir a empresa no período entre a segunda quinzena de abril de 2015 e 20 de dezembro de 2016”, respondeu na altura Carlos Saturnino, que foi chamado por João Lourenço para, no final de setembro último, assumir o cargo de secretário de Estado dos Petróleos, tutelando já então, a partir do Governo, a Sonangol, antes de assumir mesmo a sua administração, a 16 de novembro.
Administradora não executiva – além de presidente do conselho de administração do grupo – até dezembro de 2016, Isabel dos Santos foi então “indicada” para o cargo de presidente da comissão executiva da Sonangol P&P, além dos vogais Edson Santos, Sarju Raikundalia, Bernardo Domingos e Carlos Cardoso – mantendo-se estes dois últimos em funções, com a atual administração do grupo.
“Esta decisão está alinhada com a postura do novo conselho de administração da petrolífera, de ser consequente com os princípios de rigor e transparência que baseiam a sua gestão”, explica a Sonangol.
A empresa Sonangol P&P é uma subsidiária que tem como objetivo o exercício de atividades de prospeção, pesquisa e produção de hidrocarbonetos líquidos e gasosos.
A operar desde 1994, tem hoje uma produção operada de 46.000 barris por dia. A mesma é parceira em vários blocos em Angola, Brasil, Cuba e Iraque, segundo informação da Sonangol.