Em 2012, corte na despesa será “o maior de que há memória” nos últimos 50 anos

Mundo Lusíada
Com Lusa

Foto: Antonio Cotrim/Lusa
Arquivo Foto: Antonio Cotrim/Lusa

O primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho refutou em Berlim, em 01 de setembro, a ideia de que o Governo está sobretudo a aumentar a receita em vez de cortar na despesa, afirmando que 2012 assistirá à maior redução dos últimos 50 anos.

Questionado, no final de um encontro com a chanceler alemã Angela Merkel, sobre as críticas dos partidos da oposição ao documento de estratégia orçamental até 2015 apresentado na véspera pelo Governo em Lisboa, pela ausência dos “famosos cortes”, Passos disse que os resultados estarão à vista já no próximo ano.

“Quanto à questão dos cortes, queria responder apenas o seguinte: o documento de estratégia orçamental que foi (quarta-feira) apresentado prevê um nível global de despesa em 2012 que se situará muito próximo daquele que foi o bolo da despesa publica em 2007 antes da crise, e isso significa a maior redução de despesa pública de que há memória em Portugal nos últimos 50 anos”, destacou.

O primeiro-ministro apontou que “evidentemente que isso significa que o próximo Orçamento de Estado irá implementar muitas dessas medidas”.

“Aquilo que talvez gostassemos é que ao cabo de dois meses todo esse trabalho já estivesse realizado. Mas não esperaremos dois anos para o fazer”, disse, sob o olhar atento de Angela Merkel, acrescentando que o trabalho de consolidação orçamental estará realizado “em grande medida” até ao final de 2012.

Demissões em 10 mil na administração pública

Também o ministro das Finanças de Portugal já afirmou que quer ultrapassar o número de funcionários públicos a serem dispensados até 2014, que foi estabelecido com a “troika” (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), mas não necessariamente para o dobro como avançou a imprensa lusa.

A imprensa lusa noticiou, em 31 de agosto, que o Governo pretende aumentar a meta da redução de funcionários públicos de 1% para 2% ao ano até 2014, o que significa que terão de sair anualmente da administração central do Estado cerca de dez mil trabalhadores.

No entanto, uma fonte governamental ressalvou que esse reforço não é linear e pode variar de ano para ano, tendo em conta o número de reformados que saem da administração pública.

Lembrando que o memorando da “troika” prevê uma redução de 2% na administração local e regional e de 1% na administração central, a fonte disse que o que o “Governo procura é reforçar o que está previsto, sendo que esses números (1 e 2%) são uma referência”.

O documento de estratégia orçamental para os próximos quatro anos prevê corte de 10% na despesa pública.

O ministro das Finanças também divulgou que a dívida pública atingirá o pico em 2013, chegando aos 106,8% do Produto Interno Bruto. O valor da dívida em função do PIB sobe este ano para os 100,8%, aumentando para 106,1 no ano seguinte e tendo o pico em 2013, com 106,8%, descendo depois para os 105% em 2014, especificou o governante.

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