Da Redação
Com Lusa
A proteção Civil registou, nesta sexta-feira, no distrito de Viana do Castelo, entre as 06:00 e as 18:00, 515 queimadas, mais cerca de uma centena das contabilizadas na quinta-feira, sendo que três terão dado origem a incêndios florestais.
Em apenas dois dias, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo registrou mais de um milhar de queimadas.
Das 515 queimadas registradas até às 18:00, “pelo menos três terão dado origem a incêndios florestais que obrigaram a acionar meios de combate ao fogo”.
Nas redes sociais multiplicam-se as queixas por causa do “ar irrespirável” que se faz sentir em algumas freguesias da região. Nos protestos, são apontadas as dificuldades sentidas sobretudo por “pessoas com problemas respiratórios, idosos e crianças”.
O Governo prolongou novamente, até 23 de novembro, o período crítico de incêndios, que prevê a proibição de lançar foguetes e fazer queimadas e fogueiras nos espaços florestais devido às condições meteorológicas.
“Após nova avaliação das condições meteorológicas, o Governo voltou a prorrogar o período crítico de incêndio, tendo em conta a provável ausência de precipitação significativa”, refere uma nota publicada no portal do Governo, que cita um despacho do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel João de Freitas.
O despacho, que foi publicado em Diário da República, adianta que se trata de uma circunstância que “promove a manutenção dos índices de perigo de incêndio em valores superiores aos típicos para a presente altura do ano”.
O documento determina que, “face ao exposto, considera-se prudente manter a adoção das medidas e ações especiais de prevenção de incêndios florestais, que decorrem durante o período crítico, no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios”.
Segundo o despacho, o período crítico no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios começa hoje e prolonga-se até 23 de novembro.
Nesse sentido, nos espaços agrícolas e florestais continua a ser proibido fumar, fazer lume ou fogueiras, fazer queimadas e lançar foguetes e balões de mecha acesa, além de fumigar ou desinfestar apiários, salvo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas, e fazer circular tratores, máquinas e veículos de transporte pesados que não tenham extintor, sistema de retenção de faúlhas ou faíscas e tapa-chamas nos tubos de escape ou chaminés.
Esta é a quarta vez que o Governo prolonga o período crítico de incêndios, que inicialmente estava previsto para terminar a 30 de setembro.
Entretanto, o Ministério da Administração Interna (MAI) alertou a população para que adeque os seus comportamentos ao risco de incêndio previsto para os próximos três dias.
“Na sequência da informação disponibilizada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para as próximas 72 horas, o Ministério da Administração Interna alerta para a necessidade de os comportamentos individuais serem adequados ao risco de incêndio”, refere o MAI, em comunicado.
O MAI adianta que estão “reunidas condições favoráveis à propagação de incêndios rurais”, tendo em conta o tempo seco e a subida de temperatura para valores acima da média para esta época do ano.
Também o presidente referiu que Portugal tem tido condições meteorológicas diferentes das habituais, que ninguém imaginaria estas temperaturas no final de novembro, e reiterou: “Acho que é prudente esse tipo de decisão do Governo”.
O Presidente da República foi também questionado sobre a morte de uma pessoa, hoje, na sequência de um incêndio florestal que deflagrou no concelho de Mangualde ao início da tarde, e apresentou as suas condolências aos familiares, mas não se quis pronunciar sobre um caso isolado, sem dispor de mais dados.