Da Redação
Com Lusa
O Governo angolano pretende elevar para um milhão de contadores a modalidade de pré-pagamento de energia elétrica, num investimento de 390 milhões de euros que envolve a construção de uma fábrica destes equipamentos.
O projeto, que foi analisado em 07 de julho pelo Conselho de Concertação Social angolano prevê a abertura, dentro de seis meses, de uma fábrica para produzir em Angola este tipo de contadores.
De acordo com informação entretanto transmitida pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, o projeto envolve 12 províncias angolanas e já permitiu a instalação de cerca de 172 mil contadores de eletricidade pré-paga.
“O consumidor compra um determinado crédito de energia, como se faz com os telefones móveis, e utiliza esse crédito durante um determinado período, dependendo do seu consumo. Tem a possibilidade de, continuamente, verificar pelo contador o saldo que lhe resta e carregar”, explicou o governante, em declarações à imprensa angolana.
O projeto prevê a instalação, até final de 2017, de 1.062.00 contadores pré-pagos em todo o país, também como forma de racionalizar o consumo de eletricidade e de travar os problemas de cobrança do serviço.
Serão investidos 432 milhões de dólares (391 milhões de euros), informou ainda o ministro angolano. Face aos resultados positivos obtidos pelo sistema, instalado em alguns bairros de Luanda em 2011, em termos de cobrança e consumos, a Empresa de Distribuição de Eletricidade de Luanda (EDEL) pretende também alargar até 2017 o pré-pagamento aos municípios de Cacuaco, Cazenga, Icolo e Bengo e Quissama.
Ainda segundo dados da administração da EDEL, com este sistema, a dívida à empresa, por cliente, reduziu-se de 34.104 kwanzas para 29.600 kwanzas (251 euros para 218 euros), tendo o consumo, em termos de faturação, praticamente triplicado, tendo em conta a informação disponível em setembro passado.
As perdas comerciais da empresa todos os meses devido a consumos não registrados estão estimadas em 2,7 milhões de euros.