Da Redação com Lusa
O secretário-geral do PS afirmou hoje que os socialistas viabilizam um Governo minoritário da AD, não votando qualquer moção de rejeição a esse executivo, mas frisou que irá liderar a oposição e não o suportará no parlamento.
Esta linha dos socialistas foi transmitida por Pedro Nuno Santos em resposta a perguntas dos jornalistas, depois de ter assumido a vitória da AD (Aliança Democrática) nas eleições legislativas.
Tal como já fizera na pré-campanha, o líder socialista reiterou que o PS não votará qualquer moção de rejeição que seja apresentada no início da nova legislatura a um Governo minoritário da AD, porque não tem condições para apresentar um executivo alternativo.
Mas, em relação à possibilidade de viabilizar à AD o Orçamento do Estado para 2025, considerou esse cenário “praticamente impossível”, dizendo que o seu partido “está forte e unido”.
“Não vale a pena criar pressão sobre o PS. Vamos liderar a oposição. Não somos nós que vamos suportar um Governo da AD”, frisou. Na resposta a esta questão, recebeu palmas quando declarou: “O PS não ganhou as eleições, não deixará a liderança da oposição para o Chega ou para André Ventura”.
“Apesar da diferença tangencial entre nós e a AD (Aliança Democrática), e sem desrespeitar os votos e os eleitores dos círculos eleitorais das nossas comunidades, tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado. Quero por isso dar os parabéns e felicitar a AD pela vitória nestas eleições”, declarou Pedro Nuno Santos num hotel em Lisboa onde os socialistas estiveram a seguir os resultados das eleições legislativas de domingo.
O líder do PS referiu que já teve a oportunidade “de felicitar pessoalmente o líder da AD”, aproveitando também para felicitar publicamente a coligação no seu todo por ter ficado “em primeiro lugar neste ato eleitoral”.
“O PS será oposição, nós vamos liderar a oposição. Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS. Essa é a nossa tarefa daqui para a frente”, frisou.
Questionado pelos jornalistas sobre o porquê de assumir a derrota quando a contagem ainda não terminou e a diferença de votos e mandatos é muito curta entre o PS e a AD, Pedro Nuno Santos respondeu que “há uma diferença de cerca de 50 a 60 mil votos que não é muito significativa, mas será muito difícil que uma eventual vitória do PS nos círculos das comunidades venha a compensar essa diferença”.
“Nós não podemos estar a manter o país em suspenso mais 15 dias quando é quase impossível, ou é muito improvável, que o resultado no círculo das comunidades venha a compensar a diferença que nós temos hoje. E, portanto, não vale a pena estarmos aqui a fazer de conta”, disse.
Vitória
O presidente do PSD afirmou hoje ter a “expectativa fundada” de que o Presidente da República o indigite como primeiro-ministro para formar Governo, dizendo que “parece incontornável que a AD ganhou as eleições e o PS perdeu as eleições”.
“É minha expectativa fundada que o sr. Presidente da República, depois de ouvidas todas as forças políticas, me possa indigitar para formar Governo”, afirmou Luís Montenegro, no início da sua declaração à imprensa, no hotel em Lisboa onde a AD (coligação PSD/CDS_PP/PPM) se concentrou na noite eleitoral.
Numa sala cheia de apoiantes, Montenegro foi recebido com gritos de “vitória, vitória”, a que respondeu “Portugal, Portugal”.
O presidente do PSD começou por saudar o aumento da participação nestas eleições e lembrou que “sempre disse” que “vencer eleições era ter mais um voto” e que só nessas circunstâncias assumiria as funções de primeiro-ministro.
“Pois bem, parece incontornável que a AD ganhou as eleições e o PS perdeu as eleições”, afirmou, considerando que os portugueses quiseram “mudar de Governo” e “mudar de políticas”.
Por outro lado, defendeu, os eleitores quiseram que “os grandes partidos possam apresentar-se de forma renovada e com capacidade de inovar”.
“Em quarto lugar, também disseram que é necessário que os partidos, nomeadamente os que têm representação parlamentar, devem privilegiar mais o diálogo e a concertação entre lideres e partidos”, acentuou.