Da Redação
Com Lusa
O presidente do PDR (Partido Democrático Republicano), Marinho e Pinto, garante que não vai fazer “turismo eleitoral” nas legislativas e defende reformas profundas porque existe um “totalitarismo do sistema partidário”, assegurando que “nunca seria suporte de um Governo como a geringonça”.
Em entrevista à Lusa, o partido defendeu a criação, por exemplo, de um Ministério das Comunidades, e do Ministério da Mulher.
“Nós temos uma política para os emigrantes, para os portugueses, para as comunidades portuguesas, que era a criação do Ministério das Comunidades, com tutela sobre os consulados, os consulados deviam transformar-se em lojas do cidadão emigrante, em lojas da cidadania portuguesa no mundo das comunidades”, destacou.
O fundador e líder do PDR, Marinho e Pinto, assumiu que não tem saudades do Parlamento Europeu, depois de nas eleições de 26 de maio não ter conseguido a sua reeleição para o mandato de eurodeputado, justificando a última candidatura europeia com a necessidade de “prestar contas e, de alguma forma, beber o cálice até o fim”.
“Nós concorremos não é a feijões, não é para passear, não é para fazer turismo eleitoral. Nós concorremos para convencer eleitores a votar em nós. (…) Mas o importante na candidatura do PDR é apresentar um programa de reformas profundas da vida política, do sistema partidário e do sistema político em Portugal”, responde, quando questionado sobre os objetivos eleitorais do partido para as eleições legislativas de 06 de outubro.
Escusando-se a fazer previsões quanto aos resultados, Marinho e Pinto explica que o objetivo é “obter mandatos”, mas que “a grande meta eleitoral do PDR é poder expor as suas propostas”.
Marinho e Pinto é muito crítico com o atual executivo socialista, considerando que é “um governo dos patrões, que tem palavras muito meigas para os trabalhadores, mas políticas muito atrozes para os trabalhadores”, condenando PCP e BE, porque se venderam “por uns pratinhos de lentilhas ao senhor António Costa”.
“Nunca seria um suporte de um Governo como a geringonça”, assegura.
Assim, o líder do PDR traça um cenário em que apoiaria “medidas que fossem boas no Parlamento”, mas rejeitaria as que fossem más, afastando a possibilidade de “um cheque em branco, por troca de apoio parlamentar”.
“A política degradou-se a níveis insuportáveis. Só quem anda na rua, e se você fizer a campanha a acompanhar alguns candidatos, vê o ódio que algumas pessoas votam à democracia, ao sistema político, ao sistema partidário”, lamenta.
O antigo bastonário da Ordem dos Advogados compreende a desilusão dos portugueses uma vez que “a democracia praticamente se esgota em Portugal nos privilégios e nos benefícios para os agentes políticos”.
“Os partidos políticos em Portugal controlam tudo, absolutamente tudo e isto é totalitarismo. Há um totalitarismo do sistema partidário em Portugal”, condena.
Entre as propostas com as quais o partido se apresenta a eleições, Marinho e Pinto destaca precisamente as reformas políticas, uma vez que entende que ser impossível “evoluir e sair desta viscosidade” se não houver coragem para fazer mudanças profundas.
O PDR propõe um “um sistema eleitoral dual, proporcional, com um só círculo nacional, em que os partidos apresentam uma lista de deputados nacionais”, passando metade dos deputados a ser eleitos nestas listas.
“Mas depois um sistema maioritário, em que cada cidadão, nos 115 círculos eleitorais que seriam criados, cada cidadão pode concorrer. Uma candidatura aberta à cidadania”, aponta.
Para além da limitação de mandatos, o líder do PDR defende que em Portugal deveria haver “um parlamento bicamarário”, com “uma espécie de senado”, em que uma parte seria eleita e a outra constituída, por inerência, por figuras nacionais, como por exemplo os antigos chefes de Estado.
Para Marinho e Pinto, “o inverno demográfico combate-se com medidas concretas de proteção à mulher e à maternidade”, propondo a criação de um Ministério da Mulher e da Maternidade.