Eleições: Partido apela a quem vota em Portugal que “pense” nos que tiveram de emigrar

Da Redação
Com agencias

BE_CatarinaMartinsA porta-voz do BE, Catarina Martins, pediu a quem ficou em Portugal que, no momento de votar, pense nas 485 mil pessoas que nos últimos quatro anos tiveram que emigrar e não vão “conseguir defender-se nestas eleições”.

O BE começou o dia a chamar a atenção para os problemas do interior na feira de Miranda do Corvo, distrito de Coimbra – na qual passaram também as campanhas locais do PS, PCP e PDR – tendo Catarina Martins recordado que esta semana se começa a votar nos consulados, mas que “há 485 mil pessoas que emigraram nestes quatro anos e que a maior parte delas não vai conseguir exercer o seu direito de voto, não vai conseguir defender-se nestas eleições”.

“Nós deixamos o apelo a quem cá está. Aos pais e aos avós que veem os filhos e os netos obrigados a partir, que no momento do voto pensem neles. Pensem em quem não pode estar cá no dia 04 de outubro para votar, pensem em quem cá não tem emprego ou não tem o salário digno. Pensem em quem quer viver neste país em quem quer construir futuro”, pediu.

A porta-voz bloquista realçou que “é muito importante que no dia 04 de outubro toda a gente que possa votar não deixe de o fazer, que o faça por si, com toda a sua convicção”, mas que “também o faça por quem está fora do país, estes 485 mil que na sua grande maioria não podem votar pensem no futuro de quem quer viver e trabalhar em Portugal”.

Durante as conversas com os vendedores do mercado, a deputada bloquista ouviu as queixas de um concelho que perdeu o comboio com as promessas não cumpridas do Metro do Mondego.

“As pessoas acreditaram na promessa que iam ficar melhor e depois perderam o comboio, nunca tiveram o metro, houve com certeza conselhos de administração a ganhar muito dinheiro ao longo deste tempo mas quem vive em Miranda do Corvo ficou cada vez pior e este é o retrato de muitas das promessas que têm sido feitas no país, que têm sido quebradas e de um país que tem sido enganado”, disse aos jornalistas.

Catarina Martins criticou os apoios à agricultura serem “muito concentrados sempre nos mesmos” e que “o Governo até decidiu em época de campanha, quase, começar a distribuir as verbas do Portugal 2020 talvez para fazer algum número de propaganda”.

“Sempre que nos dizem que alguma coisa está melhor, a pergunta deve ser: melhor para quem? Estamos numa zona do interior do país, que tem sido tão martirizada pelo desemprego, pela falta de acessibilidades, de serviços públicos e aqui vemos, como em tantos outros locais, o número de pessoas que foi obrigada a emigrar e as pessoas que nos dizem que os filhos já cá não moram”, lamentou.

A 02 de dezembro de 2009, os comboios deixaram de circular no Ramal da Lousã, primeiro apenas entre Serpins e Miranda e, um mês depois, em toda a extensão da ferrovia, no âmbito do Sistema de Mobilidade do Mondego, cujas obras arrancaram no início do mesmo ano, mas vieram a ser suspensas por razões financeiras.

Direita Morreu
Catarina Martins declarou à imprensa ainda que “hoje é o dia em que a campanha eleitoral da direita morreu”, porque, com os números do déficit, “a conta está à vista” e “há duas mentiras que foram desmontadas”.

“Hoje é o dia em que a conta está à vista e há duas mentiras que foram desmontadas. A primeira mentira é que os sacrifícios destes quatro anos, a austeridade, dariam algum resultado nas contas públicas. Está à vista que não. Uma mentira de quatro anos e que hoje está desmoronada”, disse Catarina Martins aos jornalistas a bordo do Metro Sul do Tejo.

De acordo com a bloquista, “a segunda mentira era uma mentira de um ano”, quando o Governo dizia que “a resolução do BES não ia custar um tostão aos contribuintes”, mentira essa que “está hoje desmontada”.

“A direita não tem hoje nenhum argumento para se apresentar a estas eleições, porque depois de ter dito que os sacrifícios serviam para controlar o déficit, o déficit está igual a 2011. Mais déficit quer dizer mais dívida. Temos, portanto, um país pobre e cada vez mais endividado”, criticou.

Catarina Martins foi perentória: “toda a estratégia da direita falhou, hoje a direita já não tem campanha eleitoral para fazer”.

A capitalização do Novo Banco fez o déficit orçamental de 2014 subir para 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB), um valor que fica acima dos 4,5% reportados anteriormente, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que assinalou que as administrações públicas registraram um déficit orçamental de 12.446,2 milhões de euros em 2014.

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