Eleições: País “está a trabalhar para Lisboa” alerta Henrique Neto

Mundo Lusíada
Com Lusa

PracadoComercio_LisboaO candidato presidencial Henrique Neto declarou em Aveiro, que “o País está a trabalhar para Lisboa”, onde “se gasta muito dinheiro mal gasto”.

De visita a empresas da região de Aveiro, Henrique Neto defendeu que o modelo de desenvolvimento da economia nacional tem de apostar na atração de investimento estrangeiro, tirando partido da sua posição estratégica, em termos logísticos, e nas exportações, e não no consumo interno.

“Lisboa tem um déficit de 13 mil milhões de euros, ou seja, exportou muito menos do que gastou, o que quer dizer que o País está a trabalhar para Lisboa. Percebe-se que Lisboa tem custos que não são reprodutivos, mas gasta-se muito dinheiro mal gasto”, comentou.

Henrique Neto comparou com os distritos de Aveiro, Braga e Leiria, “que têm excedentes na sua balança comercial, o que quer dizer que exportam mais do que importam”, concluindo que “é do que o País precisava”.

Henrique Neto falava na visita à PJF, empresa familiar de cunhos e cortantes, com 50 trabalhadores, que fornece componentes para a indústria automóvel, para marcas como a Renault, ou a Porsche, mas também para a produção de material circulante ferroviário e fornos industriais.

“Quando eu digo que Sines é o argumento melhor para o desenvolvimento da economia portuguesa, é porque um carro é feito com milhares de peças que têm de chegar todas num certo dia ao local da montagem e Portugal está no cruzamento das rotas do Atlântico, pelo que Portugal tem uma enorme vantagem competitiva no contexto logístico, que os governos não têm entendido”, comentou.

A logística é, por isso, um dos “três recursos essenciais” da estratégia de Henrique Neto para Portugal, sendo os outros dois os recursos humanos e as comunicações.

“Temos recursos importantes a nível das telecomunicações e recursos humanos qualificados, e a prova de que os temos é que estão a ir para o estrangeiro”, mas a terceira grande condição é a logística que, para o candidato, é a fraqueza do país.

“Nada disto foi percebido e andámos a investir ao contrário. Agora temos uma economia que não cresce e dizemos ignorantemente que é o mercado interno que vai resolver o problema, quando, cada vez que o poder de compra aumenta, como se viu na prática, a compra de automóveis aumenta e está ao nível de 2008 e 2009. Cuba não importa automóveis há 40 anos e ainda não fechou”, observou.

Outro candidato
Já o candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa destacou hoje que, apesar da mudança de política do Governo, existe “uma continuidade do Estado português” em relação à redução do déficit, e declarou-se “feliz por isso”.

“É essencial para nós sairmos do processo de déficit excessivo, e há uma continuidade nacional. Quer dizer, apesar de mudar a política do Governo, há uma continuidade do Estado português em termos de sair dessa situação, fazer tudo para sair dessa situação. Eu estou feliz por isso”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

O candidato social-democrata falava no final de uma visita ao Hospital Distrital de Portalegre, depois de questionado sobre o impacto da intervenção pública no Banif no valor do déficit de 2015, questão em relação à qual disse não haver “nenhuma novidade”.

“Já se esperava essa situação: o défice ficar nos 3% e a contabilização da entrada pública no Banif, dependendo de ser exigida ou não pela Comissão Europeia, poder converter de 3 em 4,2%. Mas ainda não está decidido. Não há nenhuma novidade, sobretudo não há nenhuma má novidade para além daquela que já tínhamos há umas semanas. Isso é bom”, comentou.

“É bom que Governo esteja preocupado em tomar medidas sociais mas, ao mesmo tempo, com a mesma preocupação de não derrapagem financeira”, acrescentou o antigo presidente do PSD.

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