Eleições: Guiné-Bissau vai às urnas

Mundo Lusíada Com agências

A Guiné-Bissau foi às urnas, em 16 de novembro, para eleger um novo parlamento. O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, conquistou 67 lugares no novo parlamento. O segundo mais votado foi o Partido da Renovação Social, PRS, que alcançou 28 assentos.

No dia 21 de novembro, o Conselho de Segurança da ONU apelou aos partidos políticos na Guiné-Bissau para aceitarem os resultados das eleições legislativas de 16 de novembro e resolverem quaisquer disputas de forma pacífica. O apelo antecedeu a divulgação dos resultados do escrutínio, pela Comissão Nacional Eleitoral, que deram a vitória ao Paigc.

Num comunicado lido à imprensa em Nova Iorque, o presidente do Conselho de Segurança da ONU para o mês de Novembro, Jorge Urbina, da Costa Rica, congratulou o povo e governo da Guiné-Bissau pelo engajamento e mobilização demonstradas na ocasião.

Segundo Urbina, o órgão máximo das Nações Unidas encorajou ainda a comunidade internacional a continuar a apoiar a Guiné-Bissau.

Paz e Tranquilidade As eleições legislativas na Guiné-Bissau decorreram de forma pacífica e ordeira e tiveram uma elevada taxa de participação dos eleitores, particularmente jovens e mulheres, segundo o Escritório da ONU para a Consolidação da Paz no país, Onugbis.

A apreciação da ONU coincide com as constatações feitas por outras organizações internacionais, incluindo a União Africana, Comunidade de Estados da África Ocidental, Cedeao e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, CPLP.

"As eleições decorreram dentro de um clima de paz, de tranquilidade, com uma participação extremamente elevada, à volta de 70 a 80%. Há também dois aspectos importantes a destacar nesta questão que tem a ver com a participação dos jovens e também das mulheres, como eleitores mas também como responsáveis das assembleias de voto. Houve apenas um pequeno problema numa localidade a norte de Bissau, mas tudo ficou resolvido com a realização do escrutínio", disse o porta-voz da Onugbis em Bissau, Vladimir Monteiro.

O ataque Mas porém, a seqüência de um ataque à residência do presidente da república João Bernardo Nino Vieira, na madrugada de 23 de novembro, mobilizou a comunidade internacional.

O governo da Guiné-Bissau classificou os ataques como tentativa de golpe de Estado, e prometeu prender e julgar os implicados naquele "ato ignóbil". Em comunicado, na seqüência da reunião de emergência do Conselho de Ministros, o governo classifica de "bárbara e com contornos políticos" a tentativa de assassinato de "Nino" Vieira.

Para o Executivo guineense, os contornos políticos deste caso acontecem após as eleições legislativas realizadas no país e consideradas "livres, justas e transparentes". O governo condena com "veemência" o ato, que classifica ainda de "criminoso e antipatriótico", principalmente porque "acontece numa altura em que o país caminha para a estabilidade".

Com o objetivo de barrar este tipo de situações, o Executivo guineense promete utilizar todos os meios legais, políticos e diplomáticos para a garantia das instituições democráticas, integridade e segurança da sociedade.

Aos cidadãos guineenses, Bissau pede calma, serenidade e confiança nas instituições democráticas, e à comunidade internacional agradece a solidariedade pela forma como condenou "o ato hediondo que visava inverter o Estado de direito democrático" na Guiné-Bissau.

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