Eleições: Aliança Democrática lidera com 28,67% em 3.091 freguesias apuradas

Líder da Aliamça Democrática, Luis Montenegro (PSD) vota para as legislativas em Espinho, centro de Portugal, 10 Março 2024. JOSE COELHO/LUSA

O secretário-geral do PS assumiu a derrota nas eleições legislativas, referindo que já felicitou o líder do PSD, Luís Montenegro, pela vitória, e indicou que o partido irá agora “liderar a oposição”.

 

Mundo Lusíada com Lusa

A Aliança Democrática é a força política mais votada com 28,67% dos votos e 74 mandatos nas eleições legislativas de domingo, quando estavam apurados os resultados provisórios em 3.091 das 3.092 freguesias de Portugal.

O PS é o segundo partido mais votado com 28,67 às 00:00, segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna – Administração Eleitoral.

A noite eleitoral do Livre decorre em clima de festa, com vários festejos e cânticos no Teatro Thalia, partido que até agora elegeu quatro deputados e conseguiu um inédito grupo parlamentar. Jorge Pinto, cabeça de lista pelo Porto e engenheiro do Ambiente, foi eleito. O clima de festa aumentou pouco tempo depois, quando se soube da reeleição do historiador Rui Tavares, até agora deputado único pelo partido.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, foi eleito pela primeira vez deputado à Assembleia da República, pelo círculo eleitoral de Lisboa, e a CDU já conseguiu dois deputados.

Paulo Raimundo, de 46 anos, membro do Secretariado do Comité Central comunista, era cabeça de lista da Coligação Democrática Unitária (CDU) por Lisboa. A CDU também elegeu Paula Santos pelo distrito de Setúbal, que era a líder parlamentar comunista na legislatura que agora finda.

O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, foi hoje eleito deputado à Assembleia da República, pela Aliança Democrática, no círculo eleitoral do Porto, que dita também o regresso dos centristas ao parlamento após um hiato de dois anos. O presidente democrata-cristão, eleito em abril de 2022, foi eleito quando já estavam contados 84,15% dos votos.

Emigrantes

O presidente do Nós, Cidadãos afirmou hoje que “está tudo em aberto” em relação aos resultados eleitorais do partido nas legislativas de domingo para os quais serão decisivos os votos dos círculos eleitorais da Europa e fora da Europa.

“Ainda está em aberto se vamos ou não conseguir igualar o resultado das últimas eleições. É provável que não, de qualquer forma temos que aguardar”, disse à Lusa Joaquim Afonso, numa altura em que estavam apurados mais de 99% dos votos do território nacional.

Com apenas duas freguesias por apurar, no distrito de Lisboa, onde o partido não concorreu, o Nós, Cidadãos reunia 1.627 votos (0,03%), de acordo com os dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna, menos de metade em relação aos 3.914 conseguidos nas eleições legislativas de 2022.

Joaquim Afonso sublinha, no entanto, que é nos círculos da Europa e fora da Europa que o partido “é mais forte” e, por isso, o balanço dependerá dos votos dos emigrantes.

O presidente do Nós Cidadãos comentou ainda os resultados globais, quando apenas dois deputados separavam a Aliança Democrática (que junta PSD, CDS-PP e PPM), em vantagem, e o PS.

Já o presidente do Chega, André Ventura, considerou que as projeções de resultados apontam para um “resultado histórico” e o fim do bipartidarismo, defendendo que a direita deve ser responsável e “dar um Governo estável a Portugal”. “O Chega pode atingir esta noite mais de 20% dos votos, é um resultado absolutamente histórico”, afirmou.

“O que tenho para dizer é agradecer. Hoje sinto-me realizado. Sinto que apesar de não ter vencido, que era a grande meta que tínhamos estabelecido, conseguimos fazer algo histórico em Portugal. Vamos ver se se confirma”, indicou, defendendo que os valores projetados, que definiu como uma “grande vitória”, permitem “ao Chega negociar um Governo”.

Derrota

Neste domingo, o secretário-geral do PS assumiu a derrota nas eleições legislativas, referindo que já felicitou o líder do PSD, Luís Montenegro, pela vitória, e indicou que o partido irá agora “liderar a oposição”.

“Apesar da diferença tangencial entre nós e a AD (Aliança Democrática), e sem desrespeitar os votos e os eleitores dos círculos eleitorais das nossas comunidades, tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado. Quero por isso dar os parabéns e felicitar a AD pela vitória nestas eleições”, declarou Pedro Nuno Santos num hotel em Lisboa onde os socialistas estiveram a seguir os resultados das eleições legislativas.

O líder do PS referiu que já teve a oportunidade “de felicitar pessoalmente o líder da AD”, aproveitando também para felicitar publicamente a coligação no seu todo por ter ficado “em primeiro lugar neste ato eleitoral”.

“O PS será oposição, nós vamos liderar a oposição. Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS. Essa é a nossa tarefa daqui para a frente”, frisou.

Já Antonio Costa afirmou antes que provavelmente não se saberá hoje o resultado final das eleições legislativas, sublinhando que, até ao momento, os números mostram “praticamente um empate” em termos de mandatos e uma “proximidade muito grande” nos votos.

“Em termos de mandatos há praticamente um empate entre o PS e a AD (Aliança Democrática). Em termos de votos, há uma proximidade muito grande”, referiu.

O chefe do executivo sublinhou que a “única certeza” que se pode ter é que, “tendo em conta o volume de votos que chegarão nos próximos dias dos círculos da emigração, provavelmente não será hoje” que se saberá o resultado das legislativas.

“A não ser que nas votações que ainda não conhecemos das grandes freguesias urbanas de Lisboa e do Porto a margem se torne tal que seja superior àquilo que seja o número de votos que ainda vão ficar por apurar”, disse, apesar de insistir que “tudo indica neste momento que não é provável que se saiba hoje o resultado final”.

De acordo com António Costa, o que se pode dizer desde já é que “o PS teve obviamente uma descida muito significativa na sua votação” e que a “soma dos votos do PSD do doutor Rui Rio com os do CDS de há dois anos atrás mais ou menos equivalem àquilo que a AD teve nestas eleições”.

“Portanto, não verificamos uma grande subida da AD. Diria que, genericamente, se manteve na mesma ordem de grandeza. E há indiscutivelmente uma subida fortíssima do Chega”, frisou.

 

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