Da Redação
A EDP, empresa que atua nas áreas de geração, distribuição e comercialização de energia elétrica, registrou EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 586,9 milhões no terceiro trimestre de 2015. Na comparação com os R$ 317,8 milhões do mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 84,7%, enquanto nos nove primeiros meses do ano o avanço foi ainda maior, de 92,1%, para R$ 2,2 bilhões.
A receita operacional líquida atingiu R$ 2,3 bilhões no terceiro trimestre com aumento de 18,2% sobre o mesmo período de 2014. De janeiro a setembro, o número acumulado atingiu R$ 7,0 bilhões, representando um acréscimo de 19,0%.
Já o lucro líquido passou de R$ 143,0 milhões (3T14) para R$ 55,3 milhões (3T15), refletindo impactos de custos financeiros adicionais, entre eles fatores não-gerenciáveis, como a variação na cotação do dólar. Nos nove primeiros meses deste ano o lucro cresceu de R$ 426,2 milhões (9M14) para R$ 882,9 milhões (9M15) – alta de 107,1%.
“O 3T15 consolida os resultados dos primeiros nove meses do ano, sustentado por uma evolução consistente do desempenho operacional”, afirma Miguel Setas, presidente da EDP.
Pecém I reforça resultados
O aumento do EBITDA no terceiro trimestre de 2015 teve forte contribuição de Geração. A área apresentou crescimento de 276,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, alcançando R$ 376,5 milhões. Houve diminuição de gastos com GSF (Generation Scalling Factor), reflexo da queda do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que é cobrado na compra de energia no mercado à vista, além da contabilização de resultados da UTE Pecém I, no Ceará. Foi o primeiro trimestre com a incorporação total da usina termelétrica no resultado da EDP. A unidade foi responsável por um EBITDA de R$ 167,5 milhões. O valor acumulado no ano é de R$ 309,4 milhões.
Na Distribuição, o aumento tarifário teve efeito positivo sobre o caixa. Por outro lado, a EDP enfrentou o avanço de custos não-gerenciáveis, como a compra de energia em dólar de Itaipu. O EBITDA alcançou R$ 226,5 milhões, valor 3,7% acima do registrado no ano anterior.
Para Comercialização, o menor volume de energia vendida e a queda no preço médio de negociação no terceiro trimestre contribuiu para o recuo no EBITDA de R$ 19,9 milhões para R$ 7,9 milhões.
Eficiência operacional
Os indicadores operacionais de qualidade das distribuidoras – DEC e FEC, que medem a interrupção do fornecimento de energia elétrica em horas e em número de vezes, respectivamente – mantiveram-se dentro das metas estabelecidas pela Aneel.
O DEC na EDP Escelsa registrou uma redução de 6,0% entre o segundo e o terceiro trimestre, para 8,71 horas. Na EDP Bandeirante, esse indicador marcou um aumento de 1,9%, para 7,62 horas, devido às condições climáticas ocorridas no início de setembro. O FEC verificou uma redução nas duas unidades: de 8,8% na EDP Escelsa, para 4,96 vezes, e de 1,4% na EDP Bandeirante, também para 4,96 vezes.
Excelência na execução
No terceiro trimestre de 2015, as duas principais obras da EDP evoluíram dentro do cronograma. O modelo de excelência na execução dos projetos fez a Usina Hidrelétrica de Cachoeira Caldeirão, que terá capacidade instalada de 219 MW, chegar a 92% dos trabalhos previstos, antecipando prazos. Do mesmo modo, a Usina Hidrelétrica São Manoel, em construção na divisa entre os estados de Mato Grosso e Pará, continua em bom andamento e atingiu a marca de 27% de conclusão.
Emissão de debêntures
Os dois projetos de UHE contarão com parte dos recursos provenientes da 4ª emissão de debêntures, encerrada em 16 de outubro. A EDP captou junto a investidores R$ 892,2 milhões, na primeira operação bem-sucedida do gênero no setor de energia em 2015.
Com taxas competitivas na distribuição e emissão de seus papéis, a EDP dividiu a operação em três séries. A primeira foi utilizada para o resgate antecipado e obrigatório da 1ª Emissão de Notas Promissórias, emitidas em março deste ano. As outras duas beneficiarão as obras das UHEs Cachoeira Caldeirão e São Manoel.