TAP: “Reversão do processo é difícil, já gastei metade” do dinheiro

Da Redação
Com Lusa

David Neeleman e Humberto Pedrosa em conferência de imprensa. Foto JOSE SENA GOULAO/LUSA
David Neeleman e Humberto Pedrosa ganharam o processo. Foto JOSE SENA GOULAO/LUSA

O presidente executivo da TAP declarou que a eventual reversão da privatização é uma solução política que tem que ser encontrada, mas considera esse processo difícil e lembra que já gastou metade do dinheiro que entrou com a venda.

“Não sei como se reverte a privatização. Entraram 180 milhões de euros e eu já gastei metade”, respondeu Fernando Pinto à pergunta das agências de viagens sobre como vê esta intenção da atual maioria parlamentar.

“Eu entendo a base política, mas uma coisa é a que se gostaria e outra é a que é possível. Ando há 15 anos a procurar alguém para investir na TAP (…). Tudo é possível, mas acho muito difícil. Estamos num caminho muito bom. Tem que se achar uma solução política para que todos fiquem satisfeitos”, considerou ainda o responsável.

Fernando Pinto respondia às questões da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), num painel integrado no 41.º Congresso da APAVT, que decorre em Albufeira.

O governo de Passos Coelho aprovou a minuta final do acordo relativo à privatização da TAP no dia 12 de novembro, entregando 61% do capital da transportadora aérea ao consócio Gateway (do americano David Neeleman e Humberto Pedrosa), contra as reivindicações dos socialistas.

Na altura, o então secretário-geral do PS, António Costa, disse ainda acreditar que seria “possível e razoável” o Estado manter 51% da TAP, “no quadro da lei e em negociação com os compradores”.

No programa de Governo apresentado pelos socialistas, o PS mantém a intenção de manter “a titularidade sobre a maioria do capital social da TAP”.

Fernando Pinto disse ainda que a TAP é, agora, “dentro do contexto europeu uma empresa normal”. “Finalmente temos tesouraria, capital e planos para o futuro (…), temos grandes desafios e grandes oportunidades”, decorrentes da privatização da empresa, afirmou o responsável.

O responsável garante que dorme hoje mais descansado, mas acrescenta que tal se deve também ao cansaço. “Tem 20 dias desde a privatização e parece que têm sido 20 anos. Não se tem parado. Continuo com a minha equipe, mas chegaram pessoas novas, há muito entusiasmo, há muitas ideias”.

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