Primeiro-ministro: a grande batalha de Portugal é o emprego de qualidade

Da Redação
Com Lusa

Nos Estados Unidos, o primeiro-ministro português afirmou que a principal batalha de Portugal é a criação de empregos de qualidade, sobretudo nos setores tecnológicos e da inovação, depois da trajetória do desemprego estar a baixar para os 7,5%.

António Costa falava aos jornalistas em Silicon Valley, na Califórnia, no final de uma visita de cerca de uma hora à multinacional Cisco, que emprega cerca de 400 trabalhadores em Portugal entre os centros de Braga e Oeiras.

“Se nestes dois anos e meio a prioridade de Portugal foi a descida do desemprego – estamos hoje com uma taxa que se aproxima dos 7,5% -, temos a segunda prioridade que é aumentar a qualidade do emprego. Isso passa por combatermos a precariedade, mas criarmos mais e melhor emprego”, declarou António Costa.

Para o primeiro-ministro, o objetivo mais qualidade “alcança-se com empresas que gerem empregos qualificados”.

“Ora, as empresas tecnológicas estão seguramente entre elas. Conforme as empresas tecnológicas vão estando presentes nas outras empresas, também estas vão precisando cada vez mais de quadros mais qualificados”, disse, numa alusão à teoria dos efeitos de arrastamento provocados por investimentos em setores de ponta.

Cibersegurança

Na visita, Costa, afirmou que Portugal quer apostar no desenvolvimento do ‘cluster’ da cibersegurança e no fornecimento dos serviços das tecnológicas norte-americanas a partir do país para mercados terceiros.

“A Cisco é um parceiro muito importante na modernização tecnológica de Portugal – e desejamos que continue a ser. Esperamos que forneça não apenas serviços para Portugal, mas serviços a partir de Portugal para o conjunto do mundo”, declarou o líder do executivo.

Tendo ao seu lado o vice-presidente da Cisco, Mark Chandler, António Costa referiu-se à principal área de atividade desta tecnológica e considerou que o desafio da cibersegurança “é um setor em que Portugal está a desenvolver um ‘cluster’ importante” no plano europeu.

“Vamos ter a escola na NATO focada na cibersegurança e há outras empresas tecnológicas que estão a instalar em Portugal os seus centros de competências. Esperamos que a Cisco continue a investir no nosso país”, disse.

Neste contexto, a presidente da Cisco Portugal, Sofia Tenreiro, considerou que a sua tecnológica está interessada em aumentar os investimentos em Portugal, “até por causa de toda a inovação que está a acontecer a partir do país”.

“A criação de ‘startups’ está a trazer investimento de muitas outras companhias para Portugal. Queremos ajudar Portugal na sua transformação digital, em particular na cibersegurança que é a área número um para muitas empresas – e, naturalmente, prioridade número um para a Cisco”, afirmou.

Aos jornalistas, Sofia Tenreiro, falou em projetos para gestão de tráfego e de lixo nos centros urbanos.

“É preciso que os camiões do lixo não passem por todas as ruas, poupando-se em termos de custos e aumentando-se a eficiência da operação”, referiu a título de exemplo.

O primeiro-ministro pegou nestas palavras e identificou duas áreas de interesse comum entre a Cisco e as autoridades portuguesas.

“O ‘wifi’ livre, porque ajuda a modernizar o país – e é uma oportunidade de negócio para a Cisco. E a outra área, obviamente, é a da cibersegurança. Portugal é hoje um país muito atrativo para a localização de empresas. Estar do outro lado do Atlântico, no mundo de hoje, já não é uma barreira”, acentuou o líder do executivo.

O primeiro-ministro iniciou dia 11 o seu segundo dia de presença nos Estados Unidos com uma visita ao Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), na região de Boston, terminando a jornada com comunidades portuguesas de São José, na Califórnia.

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