Greve da Groundforce já cancelou 321 voos no aeroporto de Lisboa

JOSE SENA GOULAO/LUSA

Da Redação com Lusa

O segundo dia da greve dos trabalhadores da empresa de `handling´ Groundforce levou ao cancelamento de 321 dos 515 voos previstos para este domingo no aeroporto de Lisboa, anunciou ANA – Aeroportos de Portugal.

“Devido à greve do serviço de `handling´ [assistência em terra à aviação] da Groundforce, dos 515 voos previstos hoje para o aeroporto de Lisboa, estão cancelados 321 voos (166 chegadas e 155 partidas) e previstos serem operados um total de 194 (95 chegadas e 99 partidas)”, referiu a ANA em comunicado neste dia 18.

As companhias aéreas que utilizam o terminal 2 do aeroporto da capital portuguesa – as ‘low cost’ – e as que operam com outra empresa de assistência em escala, que não a Groundforce, mantêm a sua operação regularizada, assegurou a empresa aeroportuária.

Segundo a ANA, no aeroporto do Porto foram cancelados 37 voos, no aeroporto de Faro foram canceladas sete ligações aéreas e, na Madeira e no Porto Santo, a greve levou ao cancelamento de seis voos em cada um dos aeroportos para domingo.

À semelhança de sábado, primeiro dia de greve, a ANA solicitou aos passageiros com voo marcado para domingo que se informem sobre o estado do mesmo, antes de se deslocarem para o aeroporto, e, no caso de cancelamentos, que não se dirigem para o aeroporto de Lisboa.

A greve convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) é um protesto pela “situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias” que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.

A paralisação vai prolongar-se ainda pelos dias 31 de julho, 01 e 02 de agosto.

Além desta greve, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24:00 do dia 31 de outubro de 2021.

Acordo

A Groundforce apelou para que seja alcançado “um acordo que viabilize o pagamento do que é devido aos trabalhadores” da empresa, na sequencia da greve que contou com uma adesão de 81,2% no aeroporto de Lisboa.

“Atendendo ao fato de algumas estruturas sindicais terem já enviado pré-avisos de greve entre os dias 30 de julho e 02 de agosto, a Groundforce considera fundamental que se chegue rapidamente a um acordo que viabilize o pagamento do que é devido aos trabalhadores”, escreveu a empresa, em comunicado.

Desta forma, a Groundforce pede “à TAP [Transportadora Aérea Portuguesa] e aos sindicatos que retomem o diálogo nos próximos dias, evitando que a situação vivida este fim de semana nos aeroportos nacionais se repita no final do mês”.

Em relação à greve que decorreu durante o fim de semana, “até às 18:30 de domingo [hoje], a operação da Groundforce em Lisboa voltou a ser a mais afetada”, uma vez que “81,2% dos trabalhadores da empresa aderiram à paralisação, o que inviabilizou a realização de 309 voos”.

Já no aeroporto do Porto, “a adesão foi de 48,7% e conduziu ao cancelamento de 44 voos”, enquanto em Faro “foi de 9,3% e comprometeu oito movimentos aéreos”.

No arquipélago da Madeira, “foram cancelados 12 voos” no Funchal, “em resultado da adesão de 25,7% dos trabalhadores”, e no Porto Santo “não se realizaram 10 dos 28 voos previstos”.

“No total do fim de semana, entre partidas e chegadas, dos 1049 voos previstos realizaram-se apenas 399, tendo os restantes 650 sido cancelados”, contabilizou a Groundforce.

De acordo com a ANA – Aeroportos de Portugal, as companhias aéreas que utilizam o terminal 2 do aeroporto da capital portuguesa – as ‘low cost’ – e as que operam com outra empresa de assistência em escala, que não a Groundforce, mantêm a sua operação regularizada, assegurou a empresa aeroportuária.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.

A TAP garantiu no sábado que não tem quaisquer pagamentos em atraso à Groundforce, depois de a empresa de ‘handling’ ter acusado a companhia aérea de ter uma dívida de 12 milhões de euros por serviços já prestados.

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