Da Redação
Com agencias
O Novo Banco não será vendido antes das eleições. A notícia avançada pelo Diário Economico garante que o processo de privatização do antigo BES vai ser suspenso temporariamente, e deve ser retomado após as eleições legislativas de 04 de outubro.
Com o insucesso das negociações com os possíveis compradores, o jornal já tinha adiantado que o objetivo seria anular o atual processo de venda e relançar um novo concurso, com prazos mais curtos, depois das eleições.
Questionado pelos jornalistas, o primeiro-ministro acabou comentando o adiamento do processo de privatização, dizendo que “confia na forma como o Banco de Portugal está a proceder”. Passos Coelho acredita que o Banco de Portugal se decidiu assim teve em conta o impacto que isso iria ter no sistema bancário.
“Se o Banco de Portugal entende que, para não causar prejuízo, o melhor é realizar a venda depois dos testes de stress, respeito essa decisão e espero que possa ir ao encontro de melhores condições para a venda do banco”, afirmou Pedro Passos Coelho.
Segundo Passos Coelho, o governo não pressionou o regulador para que a venda fosse realizada antes das eleições, e que o adiamento do processo não é uma derrota. “Não andamos a fazer força para que a venda fosse feita antes das eleições. Nunca fizemos pressão”, afirmou Pedro Passos Coelho.
A ministra das Finanças deve se pronunciar sobre o cancelamento após o anúncio oficial por parte do regulador. “Na medida em que não fomos nós que determinamos o prazo para a venda do Novo Banco e que [esse prazo] foi estipulado pelo Banco de Portugal, respeitamos a decisão do Banco de Portugal”, reiterou.
O primeiro-ministro recordou que “o Estado emprestou dinheiro ao Fundo de Resolução e esse empréstimo será devolvido ao Estado com juros”. “Se houver algum resultado negativo na venda do Novo Banco, face ao que foi o valor da sua capitalização, esse custo terá de ser suportado pelo sistema financeiro português, portanto pelos bancos portugueses. Desejamos que não exista esse prejuízo ou que, ao existir, seja o menor possível”, afirmou.
Segundo a imprensa portuguesa, o grupo empresarial chinês Fosun desistiu de comprar a instituição, depois das negociações com a Anbang também terem falhado. Sendo três as propostas vinculativas que passaram à última fase do processo, com duas desistências do negócio, restava apenas o fundo norte-americano Apollo, que também não teve sucesso.
O Banco de Portugal emitiu comunicado confirmando o anúncio. “O Conselho de Administração do Banco de Portugal optou por interromper o processo de venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco, iniciado em 2014, e concluir o procedimento em curso sem aceitar qualquer das três propostas vinculativas”, anunciou o regulador.
Agora, segundo o mesmo comunicado, é intenção do Banco de Portugal retomar o processo de venda depois de serem removidos os principais fatores de incerteza relativos ao Novo Banco”, uma procedimento que, segundo fontes próximas do processo, deverá ser lançado no final de 2015 ou início de 2016.
Também em comunicado, o grupo chinês Fosun declarou que vai procurar novas oportunidades de investimento em Portugal. “Chegou ao seu termo o procedimento em curso de venda do Novo Banco, sem que tenha sido possível obter-se um acordo considerado satisfatório para as partes envolvidas. A Fosun compreende e aceita, sem reservas, a decisão do Banco de Portugal, norteada pela necessidade de redução da incerteza quanto às necessidades de capital do Banco, e deseja salientar o elevado profissionalismo, transparência e rigor demonstrados pelas equipas do Banco de Portugal e do Novo Banco”, realçou.