Estamos mais perto de superar a pandemia, mas longe do crescimento sonhado

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (D), na apresentação de cumprimentos de Ano Novo do Corpo Diplomático acreditado em Portugal em cerimónia realizada no Palácio Nacional de Queluz, Lisboa, 18 de janeiro de 2022. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Da Redação com Lusa

O Presidente da República considerou neste dia 18 que Portugal está mais perto de superar os efeitos da pandemia de covid-19, com recuperação de exportações, redução do desemprego e controlo do défice, mas longe do crescimento sonhado em 2019.

Marcelo Rebelo de Sousa falava numa cerimônia de apresentação de cumprimentos de ano novo pelo corpo diplomático acreditado em Portugal, no Palácio Nacional de Queluz, em que apelou ao bom senso, que apontou como “o bem hoje mais raro na política doméstica e na política global”.

O chefe de Estado disse aos diplomatas estrangeiros, com quem não se reunia em conjunto desde o início de 2020, que nestes “dois anos de pandemia” testemunharam em Portugal “uma crise econômica abrupta com reflexos imediatos no agravamento da pobreza e das desigualdades”, mas também “a coragem dos portugueses, um dos povos mais disciplinados” no combate à covid-19.

“Puderam, finalmente, certificar a resistência do nosso tecido empresarial, recuperando nas exportações, superando em 2021 o investimento de 2019, mostrando baixas taxas de desemprego, começando a controlar rapidamente o défice, aumentando sempre que possível o turismo”, acrescentou.

O Presidente da República terminou este curto balanço declarando: “Estamos mais perto da superação da pandemia, mas longe do que sonhávamos em 2019 poder ser o nosso crescimento, a nossa correção de injustiças, o nosso acertar o passo na Europa e afirmar com mais força a nossa presença no mundo”.

Marcelo Rebelo de Sousa descreveu o modo como a população portuguesa em geral enfrentou a covid-19 como corajoso e disciplinado, “sem que o confinamento fosse nunca mais do que um dever cívico, aderindo em massa a todas as testagens, a todas as vacinações, sem que fossem obrigatórias, e sem que os livres negacionismos fosse numerosos ou violentes”.

No plano internacional, o chefe de Estado assinalou a reeleição de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas, o trabalho de António Vitorino à frente da Organização Internacional para as Migrações e o “esforço notável” da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, no primeiro semestre de 2021, “no terrível tempo de maior mortalidade da pandemia”.

Em termos institucionais, sustentou que “Portugal resistiu à pandemia e demais crises emergentes em unidade política exemplar entre Presidente da República, Assembleia da República e Governo”, destacando as “permanentes reuniões públicas de decisores políticos e especialistas, juntando antigos e novos protagonistas, todos servidores da causa comum: o povo”.

No fim da sua intervenção, o Presidente da República afirmou que Portugal nunca se cansará de “apelar ao bom senso, que é o bem hoje mais raro na política doméstica e na política global: o bom senso no clima, como na pandemia, o bom senso na recuperação econômica como na solidariedade social, o bom senso no digital, como na energia”.

“O bom senso nas crispações verbais como nos empolamentos do que divida, alimente egoísmos, feche portas sem abrir para mais nada que não sejam vazios ou ilusões a prazo”, completou.

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