Da Redação
Com agencias
O presidente do PSD defendeu que os dados do INE sobre 2015 reforçam a convicção do Governo de que está ao alcance um déficit abaixo dos 3% este ano, desvalorizando o impacto do Novo Banco nas contas de 2014.
“Havia do lado da oposição uma visão catastrofista de que nós não conseguiríamos, por via nenhuma, atingir estes resultados, e esta comunicação do INE reforça a nossa convicção de que eles estão ao nosso alcance”, afirmou Passos Coelho aos jornalistas, no final de uma ação de campanha em Arcos de Valdevez.
O também primeiro-ministro referiu-se ainda ao impacto do Novo Banco no déficit de 2014, reiterando que é uma “contabilização estatística”, sem impacto, e frisando que o Estado já recebeu “mais de 120 milhões de euros de juros desse dinheiro que emprestou” ao fundo de resolução e, quanto mais tarde for reembolsado, mais juros recebe.
O déficit orçamental atingiu 3,7% do PIB no final do primeiro semestre de 2015, segundo dados divulgados pelo INE, um valor superior à meta de 2,7% estabelecida pelo Governo para a totalidade do ano. Mas os dados do déficit de 2014 colocam em 7,2% em função da ajuda concedida ao Novo Banco de 4,9 bilhões, apesar de Passos ter prometido que alcançaria a meta de 2,7% para 2014.
Adiamento “correto”
Também o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Faria de Oliveira, considerou o adiamento da venda do Novo Banco. “A Autoridade de Resolução e o Fundo de Resolução é que têm o conhecimento exato das propostas apresentadas”, pelo que ao considerarem que estas “não eram satisfatórias”, a decisão do Banco de Portugal “em adiar o processo parece-me correta”, embora existam ainda “algumas incertezas”, afirmou Fernando Faria de Oliveira, em declarações à Lusa.
Questionado se a suspensão da venda do Novo Banco poderia ter um forte impacto nos rácios de solvabilidade dos bancos portugueses, o presidente da APB frisou que, em matéria de solvabilidade, “existe essa preocupação desde o início”.
Faria de Oliveira relembrou que todos sabem “que o processo de resolução tem implicações, na medida em que o Fundo de Resolução, sendo público é financiado com contribuições dos bancos com impactos que podem ser de maior ou menor dimensão”.
Assim, do ponto de vista da associação, “importava que o processo decorresse de tal maneira que se minimizassem os custos para os bancos”, pelo que Faria de Oliveira continuará a considerar “extremamente importante” o impacto, da mesma maneira que será importante “preservar a instituição [Novo Banco] que é de relevância no sistema bancário português”.
No dia 15 de setembro, o Banco de Portugal interrompeu o procedimento de venda do Novo Banco e anunciou que vai começar a preparar uma nova operação de alienação do banco.