Da redação
O primeiro cabo submarino de alta capacidade que liga diretamente Brasil e Europa vai entrar em operação a partir do mês de junho.
O ministro brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, participa, na próxima terça-feira (1º), em Portugal, da cerimônia que marca o início da operação do cabo.
O projeto da empresa EllaLink conta apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), organização social supervisionada pelo MCTI.
Os detalhes sobre o cabo submarino Brasil-Europa foram apresentados ao secretário-executivo do MCTI, Sergio Freitas, nesta quinta-feira (27), pelo consultor da EllaLink, Marcelo Rehder.
O cabo submarino terá 6 mil quilômetros de extensão, conectando diretamente a cidade de Fortaleza (Brasil), a Sines (Portugal), sem a necessidade dos dados passarem pelos Estados Unidos.
A conexão do cabo submarino vai potencializar as oportunidades de pesquisa e educação na América Latina e Europa pelas próximas décadas.
Parte da capacidade do cabo submarino será utilizada pelo consórcio Building the Europe Link with Latin America (BELLA), projeto de interconexão acadêmica que reúne diversas instituições de pesquisa de países da Europa e da América Latina, entre elas a RNP. A conectividade do cabo vai permitir que pesquisadores brasileiros acessem equipamentos científicos na Europa e vice-versa.
Latência
Para Marcelo Rehder, um dos principais diferenciais do cabo será a redução em 50% da latência, que é o tempo que um pacote de dados leva para ir de um ponto a outro.
O projeto do cabo submarino começou a ser pensado em 2013 e o processo de construção teve início em 2018. O cabo tem 6 mil quilômetros de extensão e mais de 100 Tbps de capacidade no trecho principal.
No Brasil, a partir de Fortaleza o cabo terá ramificações por via terrestre para o Rio de Janeiro e São Paulo. De Sines, em Portugal, será interligado a data centers de Lisboa, Madri, na Espanha e Marselha, na França.