Da redação com Lusa
A economia portuguesa deverá crescer entre 14,5% e 15,5% no segundo trimestre, em relação ao trimestre homólogo, e entre 4,2% e 5,1% em relação ao trimestre anterior, segundo a Síntese de Conjuntura de maio do ISEG.
“Mesmo com este crescimento ainda ficaremos no segundo trimestre entre 3,4% a 4,3% abaixo do PIB homólogo de 2019”, mantendo-se a tendência da informação atualmente disponível e dada a base homóloga, nota o ISEG.
Segundo o indicador de tendência da atividade global do ISEG, construído a partir dos indicadores setoriais anteriormente analisados, subiu substancialmente em março e abril “com o desconfinamento, a reabertura de atividades e sobretudo devido ao efeito base da comparação homóloga, uma vez que o segundo trimestre de 2020 foi o mais atingido pela quebra da atividade econômica provocada pelas medidas sanitárias anti-covid”.
Os dados já disponíveis para maio revelam que estas tendências terão tido continuidade em maio e, naturalmente, espera-se que deverão prosseguir em junho, refere.
De fato, explica, em maio o consumo de energia (corrigido de temperaturas) registou uma variação homóloga de cerca de 12% e, até 30 de maio, o valor dos pagamentos e levantamentos efetuados na rede SIBS registou um crescimento superior a 30% face ao período homólogo.
Assim, devido à melhoria da situação sanitária e ao efeito base, não está em causa um forte crescimento homólogo do PIB no segundo trimestre de 2021, mas sim a que ritmo irá prosseguir a retoma posteriormente, de acordo com a evolução das diferentes componentes da procura, que neste segundo trimestre também são muito marcadas pelo efeito base, refere.
Em termos de procura interna, espera-se, neste segundo trimestre, uma substancial subida do consumo privado, que esteve contido pela restrição da oferta durante o confinamento e devido ao efeito base.
“Este será, nesta fase o elemento da procura com maior dinamismo, mas também o consumo público e o investimento deverão subir bastante em termos homólogos. No tocante à procura externa líquida, o seu contributo para o PIB trimestral parece mais incerto, mas poderá ser positivo”, acrescenta o ISEG.
Provavelmente, sinaliza ainda, com a retoma da procura interna, o saldo negativo dos bens irá aumentar, mas o saldo positivo nos serviços também deverá crescer, ainda que a retoma turística seja fraca.
Assim, indica, é possível que o défice global do segundo trimestre seja inferior ao homólogo de 2020 e que o contributo da procura externa líquida seja positivo.