Da Redação com Lusa
A economia portuguesa, incluindo Administrações Públicas, famílias, empresas e bancos, registrou um excedente de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, mais 0,5 pontos percentuais do que no trimestre anterior, divulgou hoje o INE.
“A economia portuguesa registou uma capacidade de financiamento de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2024, que representa um aumento de 0,5 pontos percentuais face ao trimestre anterior”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) nas “Contas Nacionais Trimestrais Por Setor Institucional”.
De acordo com o instituto estatístico, “a melhoria do saldo da economia refletiu o aumento do excedente das famílias, que mais do que compensou a redução do excedente das AP [Administrações Públicas] e das Sociedades Financeiras”.
O PIB nominal cresceu 1,5% face ao trimestre anterior e 8,6% comparativamente com o trimestre homólogo, “refletindo sobretudo o crescimento do respetivo deflator implícito”.
O Rendimento Nacional Bruto (RNB) e o Rendimento Disponível Bruto (RDB) registaram ambos um aumento de 1,6% relativamente ao trimestre anterior e de 8,2% e 8,0%, respetivamente, face ao trimestre homólogo.
O INE detalha que o aumento do RDB da economia no primeiro trimestre de 2024 foi superior ao crescimento de 1,2% da despesa de consumo final (que engloba as despesas de consumo final das famílias e das AP), “o que determinou um aumento de 3,2% da poupança bruta da economia”.
Assim, no primeiro trimestre deste ano, a poupança bruta representou 21,3% do PIB (mais 0,4 pontos percentuais que no trimestre anterior e mais 1,8 pontos percentuais que no trimestre homólogo).
O aumento da poupança determinou a melhoria da capacidade de financiamento da economia em 0,5 pontos percentuais, de 2,7% para 3,2% do PIB no primeiro trimestre de 2024.
No primeiro trimestre, a diminuição do saldo das AP foi o resultado de um aumento da despesa (2,3%) superior ao da receita (1,5%).
A necessidade de financiamento das Sociedades não Financeiras (SNF) manteve-se em 2,2% do PIB, enquanto a capacidade de financiamento das Sociedades Financeiras diminuiu 0,2 pontos percentuais para 2,3% do PIB.
Quanto à capacidade de financiamento das famílias, “cresceu progressivamente desde o segundo trimestre de 2023, situando-se em 2,2% do PIB no primeiro trimestre de 2024, refletindo o aumento da poupança das famílias”.
No primeiro trimestre de 2024, a poupança das famílias cresceu 24,6%, em resultado do aumento de 2,6% do rendimento disponível, superior ao crescimento de 1,1% do consumo privado.
Poupança
A taxa de poupança das famílias aumentou 1,4 pontos percentuais no primeiro trimestre face ao anterior, para 8,0% do rendimento disponível, divulgou INE.
Segundo as “Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional” do INE, “este desempenho foi consequência do aumento de 2,6% do RDB [rendimento disponível bruto] (1,4% no trimestre anterior), superior ao crescimento de 1,1% do consumo privado”.
O INE nota que as variáveis apresentadas estão em termos nominais, o que, no caso do consumo privado, “significa que a sua evolução é marcada pelo crescimento dos preços”.
Em termos reais, o consumo privado aumentou 0,3% no ano acabado no primeiro trimestre de 2024.
O rendimento disponível bruto nominal ‘per capita’ das famílias atingiu 17,7 mil euros no primeiro trimestre de 2024, o que representou um aumento de 2,5% relativamente ao trimestre anterior.
As remunerações ‘per capita’ atingiram 12,5 mil euros, mais 2,1% do que no trimestre anterior.
No primeiro trimestre de 2024, a capacidade de financiamento das famílias situou-se em 2,2% do PIB, o que representa um aumento de 1,0 ponto percentual face ao trimestre anterior, em resultado de um aumento de 24,6% da poupança das famílias.
Administração
O setor das Administrações Públicas registou um défice de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre.
“Considerando os valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das AP [Administrações Públicas] no primeiro trimestre de 2024 atingiu -118,9 milhões de euros, correspondendo a -0,2% do PIB, o que compara com 1,1% no período homólogo”, de acordo com as “Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional” do INE.
Face ao mesmo período do ano anterior, verificou-se um aumento de 7,3% da receita e de 11,0% da despesa.