Economia brasileira cresceu 1,1% em 2018, diz FGV

Da Redação
Com EBC

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 1,1% em 2018, segundo cálculos – divulgados nesta terça-feira no Rio de Janeiro – pelo Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV). É a mesma taxa de expansão apresentada em 2017.

A alta foi puxada principalmente pelos serviços, que se expandiram 1,3% no ano. A indústria e a agropecuária também tiveram avanços, ainda que mais moderados, de 0,4% e 0,6%, respectivamente.

Entre os serviços, aqueles que mais se destacaram em 2018 foram os imobiliários (3,1%), comércio (2,1%) e transportes (2%). Os serviços de informação foram os únicos que apresentaram queda (-0,1%).

Já entre os segmentos da indústria, foram registradas altas na eletricidade (1,4%), transformação (1,3%) e extrativa mineral (1,1%). A construção teve queda de 2,4%.

Sob a ótica da demanda, o destaque ficou com a formação bruta de capital fixo, isto é, os investimentos, que cresceram 3,7% no ano de 2018.

O consumo das famílias avançou 1,8% e o consumo de governo, 0,2%. As exportações tiveram alta de 4%, inferior ao crescimento de 8,1% das importações.

No último trimestre do ano, o PIB ficou estável na comparação com o trimestre anterior e cresceu 1% na comparação com o último trimestre de 2017.

O desempenho oficial do PIB é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que só deve divulgar o resultado de 2018 no próximo dia 28.

Menos China

As exportações do Brasil para a China, principal mercado consumidor de produtos brasileiros, devem continuar crescendo neste ano, mas em ritmo menor do que o registrado em 2018, segundo o Informe do Índice de Comércio Exterior (Icomex) de janeiro da FGV.

De acordo com o estudo, a guerra comercial dos Estados Unidos (EUA) e da China beneficiou bastante o comércio brasileiro com os chineses, em especial no caso da soja. Em 2018, as vendas do produto agrícola para o país asiático cresceram 35%, e a China passou a ser o destino de 82% do total das vendas de soja do Brasil.

No entanto, a China deve voltar a comprar soja dos Estados Unidos, operação que estava suspensa devido aos conflitos comerciais entre os dois países. Isso deve prejudicar o produto brasileiro, que já deve registrar menor colheita do produto neste ano.

Outro produto que deve sofrer em 2019 é a carne de frango. Segundo a FGV, a China estabeleceu uma taxa sobre as importações oriundas do Brasil. “A China continuará como o principal mercado para o Brasil, porém o valor exportado deve crescer, mas menos do que em 2018”, diz o informe da FGV.

O setor exportador brasileiro também deve sentir em outra frente, as exportações de automóveis para a Argentina. Para a FGV, a economia argentina deve recuar este ano, causando impacto na compra de veículos produzidos no país. Como nosso vizinho é o principal comprador desse produto brasileiro, espera-se que haja um recuo no volume exportado de bens duráveis, categoria que tem no setor automotivo seu principal componente.

Em janeiro deste ano, por exemplo, houve queda de 45% no volume de bens duráveis exportado, na comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com a FGV, em janeiro deste ano, o saldo da balança comercial ficou positivo em US$ 2,2 bilhões. Em volume, as exportações cresceram 14,6% e as importações, 11,2%. Em valor, os crescimentos foram de 9,1% e 15,4%, respectivamente.

Em janeiro deste ano, a China liderou entre os destinos das exportações brasileiras, com um aumento da participação em relação a janeiro de 2018, de 18,3% para 20,9% da fatia do mercado. Já a Argentina perdeu participação, ao cair de 7,1% para 3,7%, indo para a quinta posição na lista dos principais mercados de destino das vendas brasileiras para o exterior.

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