Duzentos Anos de Independência do Brasil

Por Lita Moniz

Começo este artigo colocando aqui um poema de minha autoria que concorreu num concurso sobre os duzentos anos de independência do Brasil na Academia de Letras, Artes e Ofícios de São Vicente -SP

  1. Pedro I

Dom Pedro I o primeiro Imperador do Brasil fez o que o pai

Mandou quando de volta a Portugal em seu lugar o deixou:

“Pedro põe a coroa em tua cabeça antes que outro aventureiro o faça”

“Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação diga ao povo que fico”.

Pedro ficou e em Império Brasileiro o Brasil se tornou.

Pedrinho no Palácio de Queluz em Lisboa. Era o menino rei,

Professores dos melhores que por lá havia enchiam-no de

Sabedoria: Língua Portuguesa, e a História da nação, filosofia,

E outras ciências mais à mistura com picardias inerentes às

Monarquias. Preparavam-no também para o ofício da guerra.

Aqui seria o Imperador que o Brasil queria. O ímpeto guerreiro

o levou à perda da região do Rio da Prata, na guerra da Cisplatina,

e os escândalos sexuais, Sempre mais e mais abalaram seu reinado

A primeira esposa Maria Leopoldina Arquiduquesa da Áustria, nobre,

educação esmerada em botânica e mineralogia formada, amiga do poeta

Goethe. Quanta nobreza sucumbia diante dos escândalos em que seu marido

se envolvia! O maior: Domitila de Castro, amada amante que o usava para subir

Na escala social até chegar a primeira-dama da Imperatriz Leopoldina.

Tanta dor, tanta agonia encurtou seus anos, morria! O Brasil em lágrimas

Da sua Imperatriz se despedia. Para acalmar os ânimos resolveu casar de novo,

ao encarregado de escolher a nova esposa só pediu: menos realeza e mais beleza.

A escolhida, uma jovem, de dezessete anos Amélia Augusta, princesa de Leuchtenburg,

neta da Imperatriz Josefina, Dom Pedro no cais do porto a esperava.

Foi amor à primeira vista, a beleza e doçura que irradiava cativou o Imperador que suspirou aliviado por ter despachado a Marquesa de Santos para o lugar de onde nunca a devia ter tirado.

 

Dia sete de Setembro o Brasil comemora 200 anos de independência, 1822-2022, uma festa cívica, que por força das eleições, tão próximas, para se eleger o novo presidente do Brasil este ano será muito mais festejado: a disputa acirrada entre os dois principais candidatos, Lula x Bolsonaro: vão aproveitar este dia para impulsionar como nunca as suas campanhas,

Acirrar os ânimos deste povo dividido entre extrema direita e extrema esquerda.

Quis Deus, para esfriar um pouco este clima tenso a dividir este povo avesso a guerras,  que um Ilustríssimo Senhor, se faça aqui presente, pelo menos o seu coração estará aqui em Brasília. Já chegou dia 22 de agosto, um presente de Portugal, para engrandecer a comemoração dos duzentos anos de independência do Brasil.

O povo de Brasília desta vez sairá à rua  não só para comemorar 200 anos de independência do Brasil, com toda a pompa e circunstância que o momento exige, mas também para honrar a presença do coração de D. Pedro I, o Imperador do Brasil de quem este povo tanto se orgulha.

Em Brasília o Palácio do Itamaraty recebeu esta relíquia de inestimável valor com as seguintes palavras: “a vinda do coração de D. Pedro I ao Brasil será oportunidade para que o povo brasileiro homenageie a figura central para o processo de independência do Brasil”.

No Twiter, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Ramos, classificou a recepção brasileira ao coração do monarca como “um dia histórico!”

No Palácio do Itamaraty, o coração com cerca de 9 quilos será exposto no interior de uma cápsula de vidro guardada em uma sala climatizada especialmente preparada para a ocasião e sob a vigilância da Polícia Federal (PF).

No dia sete de setembro, data da Independência do Brasil, o coração de D. Pedro I estará no evento ao lado de outros chefes de estado convidados. Este desfile das tropas brasileiras a passar em frente ao Coração de D. Pedro I do Brasil e D. Pedro IV de Portugal, será sem dúvida o ponto alto da comemoração dos 200 anos de independência do Brasil.

Plagiando Luiz de Camões em seu poema a Dinamene “Se lá no assento etéreo, onde subiste, memória desta vida se consente”. Dom Pedro I Imperador do Brasil há de se lembrar do dia em que, às margens do riacho do Ipiranga em São Paulo desembainhou a sua espada e gritou “Independência ou Morte”! Estava decretada a independência do Brasil. Uma terra com dimensões continentais, rica e bela por natureza, uma promessa de fartura para o seu povo e para o mundo.

Dia oito de setembro, o coração de D. Pedro, um coração como o de qualquer imigrante dividido entre duas pátrias, retorna a Portugal, será entregue à Irmandade Nossa Senhora da Lapa, igreja da cidade do Porto, onde esta relíquia está guardada há quase 200 anos.

Por Lita Moniz

Maria Luisa Duarte Moniz Rocha (Lita Moniz)
Natural de Montalegre – Portugal
Professora de Língua Portuguesa Literatura e Redação para o ensino Fundamental e Ensino Médio

Participa como colaboradora no Jornal “Notícias de Barroso” em Portugal

Autora de diversos livros

Participação em diversas Coletâneas Poéticas

Presidente Fundadora da ALAPG – Academia de Letras e Artes de Praia Grande -SP

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