Da Redação
Com Lusa
O presidente do conselho de administração da Graham’s alertou em 30 de junho em Gaia que “há vinho a mais” na região do Douro e que tal como em outras regiões do globo, há que pensar em reduzir a área plantada.
“Há vinha e vinho a mais na região do Douro, que não vende quase 20% da sua produção anual”, afirmou Paul Symington à margem cerimónia de lançamento da primeira pedra da renovação das Caves Graham’s, no Centro Histórico de Gaia.
Paul Symington disse ainda esperar que com o novo governo “haja uma maior aproximação ao setor do vinho do Porto num aspeto mais pragmático e menos emocional”, além de ter uma “visão global do mundo”.
Tal como em “muitas regiões” que “estão a pensar em reduzir a área plantada”, Symington defende que o mesmo deve ser feito no Douto.
Segundo o dirigente, “80% das empresas de vinho do porto foram mudando de mãos nos últimos anos”, um sinal de “falta de margem no setor”.
“A saída das multinacionais foi bem vista por muita gente mas esquecem-se que isso acontece apenas por uma razão: falta de margem”, esclareceu o representante da empresa Graham’s que exporta 95 por cento da produção.
Quanto ao futuro, prevê que “2011 vai ser complicado e difícil para o vinho do Porto mas há que olhar mais adiante”, admitindo estar “confiante”.
Na cerimónia do mesmo dia foi lançada a primeira pedra da renovação das caves em Gaia que irá corresponder a um investimento de dois milhões de euros e que incluirá a construção de um restaurante e espaços de lazer.
Com a renovação, a Graham’s espera atrair novos tipos de turistas e ultrapassar os 60 mil anuais.
Presente no evento esteve autarca Luís Filipe Menezes para quem a administração “nacional e local” têm de compreender “que a marca Porto é mais forte que a marca Portugal”, razão pela qual deve ser dado mais enfoque ao setor.
Sugeriu mesmo uma associação entre as marcas FC Porto e vinho do Porto durante competições europeias para promoção do setor.
1 comentário em “Douro: Presidente da Graham’s alerta que “há vinho a mais” na região”
Comecem por obrigar (com a devida compensação) a arrancar as vinhas plantadas com licenças adquiridas fora da Região Demarcada, isso ajudaria em muito na redução do excesso de produção de vinho.