Da Redação com Lusa
Duas pessoas morreram hoje de manhã no Centro Ismaelita em Lisboa após um ataque com uma arma branca, disse à Lusa fonte policial da PSP, um suspeito foi detido.
Contactada pela Lusa, fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) disse ter recebido o alerta às 10:53.
“Há dois mortos a registrar e dois feridos graves, um dos quais foi encaminhado para o Hospital de São José e outro, por meios próprios, para o Hospital de Santa Maria”, adiantou a mesma fonte.
No local, estava cerca das 12:20 um forte dispositivo de segurança, com agentes de várias unidades, estando o trânsito na Avenida Lusíada a fazer-se apenas numa via no sentido Hospital de Santa Maria – Benfica.
O ataque ocorreu quando decorriam aulas e outras atividades no Centro Ismaili, precisou o presidente do Conselho Nacional da Comunidade Muçulmana Ismaili, Rahim Firozali.
A polícia e o INEM foram chamados de imediato ao local e o atacante acabou por ser retirado do interior do centro, estando nesta altura a decorrer investigações por parte da Polícia Judiciária.
“Os polícias depararam-se com um homem armado com uma faca de grandes dimensões. Foram dadas ordens ao atacante para que cessasse o ataque, ao que o mesmo desobedeceu, avançando na direção dos polícias, com a faca na mão”, revela a PSP. Face a esta “ameaça grave”, os agentes dispararam contra o atacante, “atingindo e neutralizando o agressor”, traz a nota da polícia.
Muçulmanos
A comunidade muçulmana ismaili desconhece as motivações do homem que hoje entrou nas suas instalações e matou duas pessoas, deixando outra ferida, anunciou a estrutura. As vítimas são duas mulheres, segundo fonte policial, e pelo menos uma era funcionária do centro.
“A comunidade muçulmana ismaili está já a prestar todo o apoio aos familiares das vítimas, a quem apresenta as mais profundas condolências”, acrescentou o responsável, em comunicado enviado à agência Lusa.
A ministra dos Assuntos Parlamentares manifestou-se hoje solidária com a comunidade ismaelita, na sequência do ataque, e saudou a “pronta atuação das forças de segurança”.
Numa mensagem publicada na rede social Twitter, Ana Catarina Mendes disse ter recebido a notícia “com choque” e acrescentou: “Exprimo toda a minha solidariedade com as famílias das vítimas e a comunidade, e saúdo a pronta atuação das forças de segurança”.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, lamentou hoje o “crime hediondo”, salientando a importância desta comunidade para a cidade. “Foi com grande tristeza que recebemos a notícia do crime hediondo no seio da comunidade ismaelita lisboeta. Os meus sentimentos às famílias e a esta nossa comunidade tão importante para a cidade”, escreveu Carlos Moedas, na rede social Twitter.
Em declarações aos jornalistas momentos antes de discursar nas Jornadas Parlamentares do PS, em Tomar, distrito de Santarém, primeiro-ministro António Costa expressou à comunidade ismaelita, às famílias das vítimas, a sua solidariedade e pesar.
“Quero registrar a pronta intervenção da PSP, que permitiu a detenção do suspeito que está, neste momento, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, recebendo cuidados médicos. É obviamente prematuro fazer qualquer interpretação sobre as motivações deste ato criminoso. Devemos aguardar que as autoridades procedam às necessárias investigações”, frisou o primeiro-ministro.
Interrogado sobre se dispõe de alguma informação acerca das motivações deste ato, António Costa respondeu que não e insistiu que “é prematuro”.
“Já tive a oportunidade de falar com o doutor Nazim Ahmad, que me deu uma explicação, mas, naturalmente, cabe às autoridades fazer agora a investigação e a caracterização. Qualquer que seja a motivação, estamos perante duas vidas que se perderam, o que é sempre trágico”, apontou. Nazim Ahmad é o representante da comunidade ismaelita em Lisboa.
Além de manifestar solidariedade face à comunidade ismaelita, o líder do executivo salientou também “a pronta intervenção da PSP”. “Procedeu imediatamente à detenção do suspeito, que, tendo sido baleado, está neste momento a receber cuidados médicos no Hospital de Santa Maria. Esperamos também com desfecho positivo”, observou.
“Vamos aguardar. Até agora, tudo indica que foi um ato isolado. Mas não nos vamos antecipar ao trabalho das autoridades. Este é o momento de recolhimento, de pesar pela perda de duas vidas humanas e de expressar solidariedade à comunidade. Devemos também desejar que a intervenção dos cuidados médicos possa assegurar a recuperação do suspeito para que possa ser devidamente submetido à justiça”, acrescentou.