Distrito de Bragança continua a perder população

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Da Redação
Com Lusa

Os indicadores estatísticos mostram que o distrito de Bragança tem cada vez menos população, com uma perda de mais de 11 mil habitantes desde o último Censos de 2011.

A população daquele que é um dos maiores distritos em termos de área territorial em Portugal rondava, em 2018, os 125 mil residentes, segundo o portal de análise de dados estatísticos EyeData.

Em menos de oito anos, esta zona perdeu 11.455 habitantes, quase tantos como na década anterior analisada pelo último Censos, que em 2011 contabilizou uma perda de 12.424 moradores, em relação a 2001.

O Censos de 2011 indicava que o número de habitantes do distrito de Bragança tinha diminuído de 148.883, em 2001, para 136.459, uma década depois.

Já o número de eleitores continua a ser superior, atualmente em 16.583, ao dos residentes, com um total de 141.587 inscritos para as eleições legislativas de 06 de Outubro, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Nenhum dos 12 concelhos do distrito tem um saldo natural da população positivo, já que em todos eles o número de óbitos supera o de nascimentos. O valor global no distrito é de -98,8 pessoas por cada 10 mil habitantes.

A nível nacional o saldo também é negativo, mas de -25,26.

Há concelhos no distrito de Bragança, como o de Freixo de Espada à Cinta ou Vinhais, onde esse número é de -170 e -151, respetivamente.

De acordo ainda com os dados estatísticos, 2,5% (pouco mais de três mil pessoas) da população do distrito é estrangeira, enquanto a média nacional de estrangeiros entre a população residente é de 4,6%.

A região tinha em média, em 2018, cerca de 12.500 crianças e jovens com menos de 15 anos e 37.500 habitantes com mais de 65. Entre a população ativa, mais de 6,75% estava inscrita nos centros de emprego, um número acima da porcentagem nacional, de 5,54%.

Quase um quarto da população desta região com mais de 15 anos tem pelo menos o ensino secundário, enquanto a média nacional ultrapassa os 30%.

O poder de compra da população do distrito fixou-se em 2015, o mais recente ano disponível no Eyedata, nos 78,3 (a referência nacional é de 100,2).

Os 852 euros de ganho mensal dos trabalhadores por conta de outrem nesta área, em 2016, é também inferior aos 1.108 euros da média nacional.

O distrito de Bragança está, no entanto, à frente do todo nacional em indicadores que têm a ver com as disparidades salariais.

Neste distrito há menos casamentos católicos, cerca de 57%, contra os quase 68% nacionais, e mais divórcios, concretamente 77 em cada 100, enquanto a média nacional é de 64.

A taxa de mortalidade infantil é menos de metade (1,38%) da nacional (3,23%) e as estatísticas confirmam também que o distrito de Bragança é dos mais seguros do país em termos de criminalidade.

A perda de população reflete-se na representatividade do círculo eleitoral, que já teve cinco lugares na Assembleia da República, nas primeiras legislativas, em 1976, ficou depois com quatro e atualmente está reduzida a três deputados.

Na legislatura passada, dois lugares eram ocupados pelo PSD e um pelo PS.

Os dois partidos são reiteradamente os mais votados na região, com uma taxa de abstenção nas legislativas de 2015 de 52,77%, superior a percentagem nacional (43%).

Há quatro anos, a coligação PSD/CDS-PP ficou à frente, com mais de 49% dos votos, seguida do PS, com 34%, e as restantes, de um total de 14 candidaturas, tiveram resultados abaixo dos 5,5%.

O PSD tem vencido no distrito quase todas as eleições para o parlamento, com a exceção das de 2005, em que os socialistas tiveram mais votos.

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