Da Redação
Com Lusa
Nesta segunda-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) comentou a organização do Grande Prêmio (GP) de Fórmula 1 de Portugal, que decorreu no Algarve, apelando à responsabilidade dos cidadãos para que respeitem as recomendações sanitárias.
“Houve coisas que correram bem e outras menos bem. E ambas foram visíveis”, começou por dizer a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, quando questionada sobre o eventual incumprimento das regras de distanciamento nas bancadas do autódromo do Algarve, que este fim de semana recebeu o GP de Portugal.
Na conferência de imprensa regular de atualização dos números da covid-19 em Portugal, Graça Freitas recordou que a DGS faz “recomendações” e, depois, confia “na fiscalização e na organização” dos eventos, sendo que, no caso do GP de Portugal, houve “alguma discrepância entre as recomendações e a capacidade de organizar todas as bancadas e fiscalizar”.
“Observei, de vários ângulos e diferentes formas, a distribuição do público nas bancadas e, na sua maioria, o público estava com a distância necessária e usava máscara. No entanto, são lições aprendidas para o futuro. Se calhar, nos próximos tempos, para controlar os imponderáveis, teremos de ter menos gente nos eventos”, afirmou.
De resto, considerou que existe uma “corresponsabilidade” de várias partes para o bom funcionamento dos eventos, a começar pelos próprios cidadãos.
“Nós é que temos de ter cuidado em manter a distância. Se um banco tem lá um autocolante a dizer ‘não se sente aqui’, era bom que não se sentassem ali. Há, aqui, uma corresponsabilidade. Nossa, enquanto cidadãos, alguma da organização [do evento] e também da DGS. De qualquer forma, não me parece que a situação tenha sido catastrófica. Não penso que dali vá surgir algum acontecimento muito dramático”, vincou, ao ser questionada nesse sentido.
Por outro lado, a diretora-geral da Saúde referiu que “desde o início desta epidemia, o Algarve tem sido uma região muito pouco afetada” e salientou que o autódromo de Portimão tem condições de segurança e de acesso “que impedem encontros grandes entre pessoas”.
Casos Covid
Nesta segunda, Portugal contabiliza mais 27 mortos relacionados com a covid-19 e 2.447 novos casos confirmados de infeção, segundo o boletim epidemiológico da DGS. Portugal já contabilizou 121.133 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus e 2.343 óbitos.
Dos 27 óbitos, 13 ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo, oito na região Norte, cinco no Centro e um no Alentejo.
Em relação aos internamentos, o número de pessoas hospitalizadas continua a subir desde há mais de uma semana sendo agora 1.672 pessoas, mais 98 do que no domingo, e destas 240 (mais dez) estão em Unidades de Cuidados Intensivos.
As autoridades de saúde têm agora sob vigilância 59.631 pessoas, mais 882 do que no domingo.
A DGS revela ainda que estão ativos 48.834 casos, mais 1.341.
Nas últimas 24 horas foram dados como recuperados 1.079, totalizando 69.956 desde o início da pandemia.
A região Norte continua a registrar o maior número de novas infeções diárias, hoje com mais 1.633 casos, totalizando 51.932, e 1.030 mortos, dos quais oito nas últimas 24 horas, desde o início da pandemia em março.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo foram notificados mais 580 novos casos de infeção, contabilizando a região 53.412 casos e 940 mortes, das quais 13 nas últimas 24 horas.
Na região Centro registraram-se 167 novos casos, tendo sido ultrapassada a barreira das 10 mil infecções pelo novo coronavírus (10.118) e 296 mortos.
No Alentejo foram registrados 24 novos casos de infecção, totalizando 2.436 com um total de 37 mortos desde o início da pandemia.
A região do Algarve tem hoje notificados mais 27 casos de infeção, somando 2.496 casos e 25 mortos.
Na Região Autónoma dos Açores foram registados mais cinco casos nas últimas 24 horas, somando 345 infecções detetadas e 15 mortos desde o início da pandemia.
A Madeira registrou 11 novos casos nas últimas 24 horas, contabilizando 394 infecções, sem registo de óbitos por covid-19 até hoje.
Os casos confirmados distribuem-se por todas as faixas etárias, situando-se entre os 20 e os 59 anos o registro de maior número de infeções.
No total, o novo coronavírus já afetou em Portugal pelo menos 55.181 homens e 65.952 mulheres, de acordo com os casos declarados.
Do total de vítimas mortais, 1.197 eram homens e 1.146 mulheres.
O maior número de óbitos continua a concentrar-se nas pessoas com mais de 80 anos.
Às segundas-feiras o boletim divulga o número de casos por concelhos, sendo o de Lisboa o que continua a apresentar mais infeções (9.202), seguido de Sintra (7.454), Loures (4.641) e Amadora (3.722).
O concelho do Porto registra 3.508 infecções por SARS-CoV-2, Vila Nova de Gaia 3.246, Cascais com 3.054, Odivelas 2.888, Oeiras 2.334, Matosinhos 2.426, Vila Franca de Xira 2.185, Guimarães 2.168 e Braga com 2.049, precisa o relatório da situação epidemiológica.
Em Almada foram detetados 1.928 casos, em Paços de Ferreira 1.845, Seixal 1.782, Gondomar 1.740, Maia 1.648, Valongo 1.352, Lousada 1.253 e Paredes com 1.032
Os restantes concelhos que constam da lista do relatório registram valores abaixo dos mil casos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.