Por Odair Sene
No dia 20 de maio o Grupo Folclórico Raízes de Portugal realizou mais um animado almoço mensal com sua “Bacalhoada do Raízes” entre outras opções, em São Paulo. Com muita música folclórica com a tocata do grupo e também com apresentação dos seus pares.
E neste dia de festa para o grupo quem falou com o Mundo Lusíada foi a Soledade Lima, que, junto do marido Manuel Malheiro, com a filha Cris Malheiro, o Alexandre Xuxão, os netos e demais diretores e colaboradores, mantém o Raízes e sua tradição cultural que já vem chegando há duas décadas.
Soledade Lima atua no folclore por 20 anos, apenas no Raízes, no geral já passa de 30 anos (a exemplo da filha Cris) de muito trabalho e empenho para manter suas “raízes” em pé. Ao Mundo Lusíada ela disse que vê muito mais dificuldades atualmente para se manter essa cultura, não só em seu grupo mas “não está fácil pra ninguém” – disse – numa avaliação mais geral.
O próprio Raízes já teve muito mais componentes, atualmente não há muita “disponibilidade” para que as pessoas possam dispor deste tempo para ensaiar e se apresentar. “Antes tínhamos crianças e adolescentes como componentes, mas hoje, eles trabalham, estudam, então dificulta muito mesmo, aqui vamos fazendo o que é possível para ir renovando, temos o Luis Felipe (neto) está ensaiando com crianças (no mirim) para voltarmos a crescer neste ambiente familiar do folclore do Raízes”, disse ela que já conta com dois netos (filhos do Alexandre) e outros dois netos (filhos da Cris) já dançando.
Segundo Soledade, atualmente os filhos de portugueses já não querem mais este tipo de entretenimento, há uma musicalidade diferente, então é bem difícil. “As vezes marcamos algum compromisso, muitos componentes confirmam presença e chega na hora, por vários motivos não comparecem, então em vez de oito pares temos quatro, e nós procuramos fazer nosso melhor com esses quatro, então é bem complicado mas vamos fazendo o que podemos”.
Uma parte bem positiva da história, é que o grupo teve acolhimento de uma associação com uma sede e isso faz muita diferença. No caso do Raízes foi a Associação dos Poveiros de SP localizado na Vila Maria. “Isso é muito importante, nós estamos aqui já por uns 12/13 anos e devemos muito mesmo aos Poveiros, nós carregamos a bandeira deles com alegria porque eles nos acolheram de todo coração, e eles tem um nome muito respeitado, é mesmo muito importante, e é muito orgulho para nós”, disse Soledade.
Atualmente o Raízes tem uma média de 35 componentes, mas existe uma espécie de “rodízio”. Nem sempre estão todos disponíveis e, muitas vezes, de 35 aparecem apenas 20, conforme a diretora, isso vem acontecendo e pode-se perceber (disse) “como é difícil manter um grupo folclórico”, mesmo assim, ela tem exemplos positivos de crianças “inibidas” que chegam, logo se socializam, perdem a inibição e demonstram muita felicidade dentro daquela convivência, crescem muito.
Fundado em 26 de setembro de 1998, o grupo fez sua estreia apenas um ano e três meses depois, em 20 de novembro de 1999. “Esperamos que Deus nos dê saúde para darmos continuidade porque atualmente temos alguns problemas neste sentido e ninguém mais quer assumir responsabilidades principalmente para organizar os eventos, coisa que hoje está diretamente aos cuidados do presidente Manuel Malheiros”, finalizou.