Dino d’Santiago, Mia Couto e Inácia Rezola debatem “Descolonizar as Mentes e a Cultura”

Mia Couto. Arquivo/Foto UnB

Da Redação com Lusa

O músico Dino d’Santiago, o escritor Mia Couto e a pesquisadora Maria Inácia Rezola vão debater o tema “Descolonizar as Mentes e a Cultura” na próxima terça-feira, em Oeiras, no âmbito do ciclo de conversas “Nómades do Pensamento”.

Este evento das Bibliotecas Municipais de Oeiras é comissariado pelo músico português Pedro Abrunhosa e pelo diretor da Universidade Lusófona no Brasil, Paulo Mendes Pinto, e pretende “regressar a temas intemporais, libertos de condicionamentos e espartilhos herdados dos percursos históricos que desde há muito limitaram o debate entre o Religioso, o Espiritual, a Estética e a Filosofia”, segundo os organizadores.

O próximo ciclo de conversas, subordinado ao tema “Descolonizar as Mentes e a Cultura”, terá lugar no dia 04 de julho, pelas 21:30, no Auditório Municipal Eunice Muñoz, em Oeiras, e terá como convidados o escritor moçambicano, o músico português de ascendência cabo-verdiana e a investigadora da Universidade Nova de Lisboa especialista em História Institucional e Política Contemporânea.

“Fruto do desenvolvimento dos direitos cívicos, hoje percebemos que a forma de encarar a cultura, especialmente, o passado, está em mudança, desafiando o que era normal”, destaca a Câmara Municipal de Oeiras.

Nesse sentido, a organização do evento considera que a sociedade exige outros olhares e outras vozes: “Não se trata apenas de memória e de cultura, mas da forma de nos vermos, da forma de darmos lugar a nós mesmos numa identidade coletiva, matizada e criada nas múltiplas identidades silenciadas”.

“A colonização não foi apenas em África ou noutras paragens, nem foi apenas para com quem vivia ancestralmente nesses territórios. A colonização, como processo de imposição de modelos, teve lugar em todos os quadrantes, dos colonizados aos próprios colonizadores. A colonização da cultura não nos remete apenas para uma realidade, mas para todos os processos de aculturação que, geração após geração, oprimem, escondem, definem verdades”, acrescentam os promotores da iniciativa.

Por isso, defendem que descolonizar “é mais do que regressar com outro olhar à ‘saga’ dos chamados Descobrimentos, é mais do que voltar às culturas oprimidas e destruídas, rever esse passado e equacionar o que fazer com ele”.

“Descolonizar é também valorizar a liberdade, seja a criativa, seja a de opinião, e libertar a cidadania de amos e de servos”, sublinham.

A iniciativa “Nómades do Pensamento” tem entrada livre e será transmitida ‘online’ através das páginas de Facebook do Município de Oeiras e das Bibliotecas Municipais de Oeiras, e do canal de Youtube do Município de Oeiras.

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