“Os verdadeiros amigos são aqueles que se fazem presentes nos momentos de dificuldades”, disse Dilma Rousseff ao fazer o brinde em jantar oferecido na noite de 10 de junho em Portugal.
Mundo Lusíada
Com agencias
Após encontro com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, a presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil está ajudando Portugal a enfrentar a crise econômica e destacou a ampliação dos investimentos entre os dois países. “O Brasil tem dado apoio a Portugal. Temos todas as relações comerciais bastante significativas, neste momento de crise”, declarou.
Para a presidente, entre os dois países prevalece “uma comunicação fácil”, que tem permitido ampliar os investimentos bilaterais. Dilma falou aos jornalistas à saída do Palacete de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro.
Como exemplo dos novos investimentos entre os dois países, Dilma deu como exemplo as duas fábricas da Embraer em Évora (região do Alentejo) para construção de estruturas de avião – com investimentos de 177 milhões de euros – e da companhia petrolífera portuguesa Galp na exploração de petróleo da camada pré-sal.
Conforme os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), a corrente de comércio entre o Brasil e Portugal no ano passado foi US$ 2,623 bilhões (10% a menos que em 2011), com saldo de US$ 625 milhões favoráveis ao Brasil, metade do valor de 2011 (US$ 1,2 bilhão).
No primeiro bimestre deste ano, o saldo comercial foi US$ 37 milhões favoráveis a Portugal. O aumento de exportações de produtos (como vinho e azeite) e de serviços (educação) para o Brasil é desejada por Portugal, em recessão há mais de dois anos e com quase 1 milhão de pessoas desempregadas.
Parceiro solidário
Dilma Rousseff encerrou a visita de dois dias a Portugal avaliando que o comércio bilateral entre os dois países “pode progredir mais”.
“O Brasil acompanha com atenção o esforço do povo português para atravessar uma circunstância econômica desafiante. Conhecemos a história de Portugal, a grandeza de seu povo, a energia de seu espírito empreendedor, somos um pouco herdeiros dessas qualidades. Sabemos que as dificuldades transitórias serão superadas. Queremos ser parceiros solidários e fomentar intercambio crescente. Afinal os verdadeiros amigos são aqueles que se fazem presentes nos momentos de dificuldades”, disse Dilma Rousseff ao fazer o brinde em jantar oferecido na noite de 10 de junho em Portugal.
Língua Portuguesa, Emprego e combate ao crime
Passos Coelho recebeu Dilma Rousseff, e delegações governamentais dos dois países, divulgando que a XII cimeira Brasil-Portugal ficou marcada para o próximo ano.
Portugal e Brasil pretendem aprofundar as ligações nos domínios da energia e dos recursos naturais, tendo salientado “a importância de se assinar, com a brevidade possível, o Memorando de Entendimento nos domínios da energia e dos recursos geológicos entre os dois países”, segundo o texto final da Cimeira, mas também no domínio do emprego: os dois Governos “identificaram interesses convergentes no domínio do emprego que poderão beneficiar-se de medidas facilitadoras de uma maior e melhor mobilidade profissional e da agilização de processos administrativos e burocráticos para a obtenção de vistos de trabalho”.
Entre os temas econômicos, financeiros e comerciais, foi também estabelecido um compromisso para agilização do memorando de entendimento assinado entre os Ministérios da Agricultura de ambos os países para a cooperação técnica no domínio de produtos frutícolas.
Além dos dois Governos manifestarem seu compromisso de promover a língua portuguesa e de fomentar a cooperação entre os oito países lusófonos. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará definitivamente em vigor em Portugal e no Brasil em maio e dezembro de 2015.
Portugal e Brasil vão ainda reforçar o combate ao crime organizado transnacional, promovendo a cooperação bilateral. Segundo a Declaração Conjunta da Cimeira Brasil-Portugal, ambos se congratularam ainda pela implementação do projeto-piloto RAPID de controlo biométrico de passaportes no aeroporto de Brasília.
No que respeita aos temas internacionais e multilaterais, os dois estadistas abordam a questão da Guiné-Bissau, referindo que os dois países “acolheram com satisfação a formação de um novo governo inclusivo” no país e formulam votos para a realização de eleições gerais, livres e justas.
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