Da Redação Com agências
O presidente Jair Bolsonaro fez na noite desta terça-feira um pronunciamento em cadeia de rádio e TV em que afirmou que o país, em poucos meses, será autossuficiente na produção de vacinas contra a covid-19.
“Não sabemos por quanto tempo teremos que enfrentar essa doença, mas a produção nacional vai garantir que possamos vacinar os brasileiros todos os anos, independentemente das variantes que possam surgir”, disse o presidente.
Bolsonaro afirmou que até o fim do ano estarão disponíveis mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população que precisa ser imunizada no país. Segundo o Ministério da Saúde, esse público soma 170 milhões de pessoas.
“Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros. Somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la”, afirmou.
O presidente voltou a afirmar que o país enfrenta dois grandes desafios, o vírus e o desemprego. “Em nenhum momento, o governo deixou de tomar medidas importantes tanto para combater o coronavírus como para combater o caos na economia, que poderia gerar desemprego e fome”, ressaltou.
Bolsonaro destacou que o Brasil usaria qualquer vacina aprovada pelos órgãos competentes e falou sobre os contratos assinados ao longo de um ano para a produção de imunizantes. O presidente citou o contrato com a Universidade de Oxford para a produção, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca e o acordo com o consórcio Covax Facility para a produção de 42 milhões de doses.
O presidente disse que intercedeu pessoalmente junto à fabricante Pfizer para a antecipação de 100 milhões de doses que serão entregues até setembro desde ano e também com a Janssen, garantindo 38 milhões de doses.
“Quero destacar que hoje somos o quinto país que mais vacinou no mundo. Temos mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses de vacina distribuídas para todos os estados da federação, graças às ações que tomamos logo no início da pandemia”, destacou Bolsonaro, ao citar a classificação do país levando em conta o número absolutos de doses aplicadas, e não a porcentagem da população.
Quando se considera a administração de vacinas contra a covid-19 por 100.000 habitantes, o Brasil cai para a 58ª posição, segundo o ranking mundial de imunização, atualizado diariamente pelo jornal The New York Times. Cerca de 6% da população foi imunidade com uma dose.
“Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população. Muito em breve, retomaremos nossa vida normal. Solidarizo-me com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias”.
Recordes
Neste dia 23, o Brasil teve o seu dia mais trágico desde o início da pandemia, após ter ultrapassado, pela primeira vez, os três mil mortos (3.251) devido à covid-19 num único dia, informou o executivo.
No total, a nação sul-americana perdeu 298.676 vidas desde fevereiro do ano passado, mês em que a covid-19 chegou ao país, segundo dados do último boletim epidemiológico difundido pelo Ministério da Saúde.
O recorde anterior de mortes havia sido alcançado na última terça-feira, quando foram registados 2.841 óbitos em 24 horas.
Em relação ao número de infecções, foram contabilizados 82.493 casos positivos entre segunda-feira e terça, num total de 12.130.019 diagnósticos de covid-19 em solo brasileiro.
Hoje, o Brasil é, de longe, o país com maior número de vítimas mortais e de novos casos em 24 horas, abaixo dos Estados Unidos.
Estes números confirmam o Brasil como o país com mais mortes e infecções pelo novo coronavírus acumulados na última semana, em todo o mundo, sendo a segunda nação com maior número total de óbitos e infecções, apenas atrás dos Estados Unidos.
Naquele que é o momento mais critico da pandemia no Brasil, a taxa de incidência da doença no país subiu para 142 mortes e 5.772 casos por 100 mil habitantes, segundo a tutela da Saúde.