Da Redação
O SAMPAPÃO, sigla que congrega a Associação e o Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo e Escola Panificação e Confeitaria do IDPC, comemora o tradicional Dia do Pão Francês neste 21 de março.
Segundo o órgão, ao contrário do que se pensa, o pão francês na verdade é uma criação 100% brasileira que se originou do século XIX tendo se popularizado pelo país inteiro no século XX.
Hoje, o tradicional “pãozinho”, que tem diversos nomes regionais no país afora, é consumido por 41 milhões de brasileiros todos os dias, de acordo com os dados do Sampapão.
Só na cidade de São Paulo são consumidos 25 milhões de pães, comercializados pelas panificadoras da capital paulistana. Ao todo, o paulista consome 45 kg de pães ao longo de um ano inteiro no estado de São Paulo. É realmente o grande favorito na escolha dos clientes nas padarias.
Consumo em todo o país
O consumo per capita difere no Brasil todo e as regiões sul e sudeste do país são responsáveis pelo maior volume de consumo de pães. “No estado de São Paulo e na capital do estado, o consumo chega a 45 kg/ano e, nos outros estados do Sul, 42 kg. Já no resto do Brasil, essa média gira em torno de 33,5 kg/ano. E, no inverno, as panificadoras paulistanas veem o número de clientes aumentarem. As refeições da noite, como o buffet de sopas, por exemplo, ganham o pão como acompanhamento”, diz o presidente do Sampapão, Rui Gonçalves.
O pãozinho francês é tradicionalmente preparado em cerca de 70 mil panificadoras brasileiras. Outros dados levantados apontam que o Brasil destina 658 toneladas de farinha de trigo exclusivamente para a sua produção.
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Força de trabalho
A iguaria do pão francês não é apenas lembrado por ser uma parte extremamente fiel ao cardápio da família brasileira. Além de servir de sustento nutritivo para as manhãs de incontáveis trabalhadores, o mercado do pãozinho é gerador de empregos diretos e indiretos.
De acordo com o último levantamento do Sampapão, em 2019, o setor da panificação apresentava 920 mil empregos diretos e 1,8 milhão de indiretos. Desde aquela época existiam relatos e reclamações de falta de mão de obra. O cenário se manteve e ainda precisa de mais profissionais capacitados no processo de feitio de pães e bolos.
Para atender a essa demanda alta do mercado panificador, o Sampapão mantém a Escola Técnica de Panificação e Confeitaria IDPC, uma escola técnica profissionalizante com cursos ao longo do ano, muitas especialidades de confeitaria, pães, bolos, sopas, pratos de verão, colombas pascais, panetones, salgadinhos, além de cursos de manipulação de alimentos, gestão de padaria, entre outros.
Segundo associação, além da possibilidade de pagar o curso em parcelas, muitos estudantes saem de seus cursos já com empregos garantidos pois existem muitas vagas sobrando no mercado.
“Somos muito gratos ao pão francês, o pão nosso de cada dia. Ele faz parte da identidade nacional do país, é saboroso e oferece muita energia para quem precisa. É uma honra podermos comemorar mais um Dia do Pão Francês neste 21 de março e, espero que com a conscientização certa, o pãozinho possa mudar e afetar ainda mais significativamente a vida de diversos trabalhadores que podem encontrar um recomeço de carreira na panificação”, complementa o presidente Rui Gonçalves.
Pão francês – história
O pão surgiu para alimentar a humanidade há cerca de seis mil anos atrás e os primeiros a produzirem o alimento foram os egípcios. Foram eles que descobriram a fermentação do trigo, dando vida ao pão.
Já o pão francês que, no Brasil, ganha vários nomes diferentes, surgiu com a vinda da família real portuguesa. Entre os empregados que vieram juntamente com eles, em 1808, estava um chef de cozinha francês que precisou adaptar o pão que era servido no café da manhã e como acompanhamento de refeições – principalmente as sopas do jantar.
Ele criou um tipo de pão diferente, porém saboroso, que passou a ser chamado de pão do francês, por causa do seu país de origem. Essa receita passou por algumas modificações através dos anos e tornou-se o pão francês, os vendidos nas padarias de todo o País, principalmente nas paulistanas, muitas delas regidas por famílias luso-brasileiras.
O Sampapão acabou de completar 108 anos de fundação – a Associação foi a primeira entidade que se uniu para discutir os rumos da panificação paulistana. A sua Escola Técnica de Panificação IDPC, que funciona no mesmo edifício sede, já formou mais de 28 mil profissionais.
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