Por Igor Lopes
Imagine tirar uma fotografia, no Rio de Janeiro, tendo ao fundo imagens de belas cidades portuguesas. Imagine também que pode fazer o mapa de Portugal surgir aos seus pés após alguns passos numa tela especial. E que tal recordar a história das aparições de Nossa Senhora de Fátima num ambiente 3D? Mas se o que você gosta mesmo é de literatura, por que não ler clássicos lusitanos como “Amor de Perdição” e “Os Maias” através do seu celular?
Essas foram apenas algumas das atrações apresentadas no Palácio São Clemente, na noite de 10 de junho, na Zona Sul carioca, durante o evento em comemoração ao dia nacional de Portugal. Dezenas de pessoas lotaram o recinto, que serviu de palco para a exposição “Escolha Portugal”, cujo intuito foi desvendar uma faceta portuguesa bem digital.
A festa em torno do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas teve um sabor de inovação. Alguns dos cômodos da residência oficial do cônsul português no Rio foram tomados por uma revolução tecnológica, algo jamais visto numa celebração desse tipo no Palácio. Se o que se procura nesse dia especial é recordar os feitos portugueses, nada mais justo do que mostrar as capacidades lusitanas em áreas pouco divulgadas.
“Acho que esta foi uma ótima oportunidade de mostrar um Portugal tecnológico, que conta com a iniciativa da AICEP. No fundo, o objetivo é promover uma imagem de Portugal que ainda é desconhecida no Brasil. O importante é proporcionar aos brasileiros, portugueses e luso-descentes um Portugal diferente, moderno, uma realidade no século 21.”, afirma Nuno Bello, cônsul-geral de Portugal no Rio, que levou ao público também palavras de motivação em relação ao futuro de Portugal.
Ao som da música de Luís Represas, o público pôde recordar um pouco mais a cultura lusitana. Numa apresentação a poucos metros dos fãs, Luís cantou os seus maiores sucessos em pleno jardim, como se estivesse no “quintal de casa”. Em entrevista exclusiva ao ML, o cantor português disse acreditar que a música exerce um grande poder na aproximação dos dois países.
“A música é linguagem transversal, ainda mais quando temos uma língua em comum. A música pode ajudar a unir essa língua e pode também contribuir, e muito, para nos entendermos melhor”, reforça o músico, que esteve pela segunda vez no Palácio São Clemente.
Estiveram presentes também membros da comunidade portuguesa, autoridades brasileiras e lusitanas, como Paulo Elísio de Sousa, presidente da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio, Solange Amaral, secretária de Direito do Consumidor do Rio, Teresa Bergher, vereadora carioca, e Marcus Belchior, secretário de Conservação e Serviços Públicos da prefeitura do Rio, que garantiu apoio ao projeto português de instalar na cidade “QR Codes”, que se destacam por ser códigos capazes de serem lidos por aplicativos em celulares. A ideia é colocar esses códigos, a exemplo de Portugal, em pontos turísticos, promovendo informação sobre essas localidades. O diferencial é que esses códigos ganham vida através das famosas pedras portuguesas, em tons claros e escuros, que são instaladas em parceria com calceteiros lusitanos e brasileiros. Ao encontrar as imagens, basta “traduzi-las” através de um programa específico e começar uma viagem pelo tempo, descobrindo o passado da cidade e detalhes dos monumentos.
