Detidos cinco suspeitos de envolvimento na morte de estudante cabo-verdiano em Portugal

Da Redação
Com Lusa

Cinco homens foram detidos por suspeita de estarem envolvidos na morte do estudante cabo-verdiano em Bragança, informou nesta sexta-feira a Polícia Judiciária (PJ).

As detenções acontecem quase um mês depois dos factos ocorridos na madrugada de 21 de dezembro, em Bragança, em que uma desavença num bar terá estado na origem da agressão.

O estudante cabo-verdiano Giovani Rodrigues foi encontrado sozinho caído na rua e acabou por morrer 10 dias depois, num hospital do Porto.

Com a morte, na madrugada de 31 de dezembro, o caso passou para a alçada da Polícia Judiciária que informou hoje que procedeu, na quinta-feira, “a buscas domiciliárias, inquirições e interrogatórios de várias pessoas, suspeitas de estarem envolvidas nos acontecimentos que determinaram a morte daquele jovem”.

“Na sequência desta ação operacional, envolvendo investigadores e peritos da Polícia Judiciária, foram detidos cinco homens, com idades entre os 22 e os 35 anos, tendo sido apreendidos elementos probatórios relevantes”, refere, em comunicado.

A PJ indica ainda que “a investigação tem vindo a ser conduzida em estreita articulação com o Ministério Publico de Bragança, titular do Inquérito”.

Os detidos vão ser presentes para interrogatório judicial, que deverá ocorrer no tribunal de Bragança, desconhecendo-se ainda a hora, sendo que a PJ adianta também que “oportunamente serão prestados esclarecimentos adicionais”.

O jovem cabo-verdiano tinha chegada há pouco mais de um mês para estudar na escola de Mirandela do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

Na noite dos acontecimentos, Giovani Rodrigues terá saído com mais três amigos e no bar Lagoa Azul um dos elementos do grupo terá tido uma desavença com outro homem, como confirmou aquele estabelecimento comercial, sublinhando que a vítima não esteve envolvida.

Os amigos de Giovani relataram que, depois de saírem do bar, um grupo de “cerca de 15 pessoas” os aguardava mais à frente, já na avenida Sá Carneiro, e terão começado a agredir o elemento que esteve envolvido no desentendimento.

De acordo com os relatos, Giovani e os restantes amigos terão tentado parar a contenda e este terá sido atingido com uma paulada na cabeça.

O jovem cabo-verdiano foi encontrado mais de um quilômetro depois, sozinho e caído inanimado na rua.

Os bombeiros de Bragança confirmam terem sido chamados para um caso de “intoxicação”, o termo técnico usado na emergência médica para situações que envolvem excesso de álcool, entre outras.

Só quando a equipe de socorro observou o jovem é que se apercebeu que tinha um hematoma na cabeça. A vítima foi transportada para o hospital de Bragança que avisou a PSP de que apresentava sinais de agressão.

De Bragança foi transferido para o hospital de Santo António, no Porto, onde morreu na madrugada de 31 de dezembro.

A direção nacional da PSP emitiu, entretanto, um comunicado em que dá conta de que na madrugada dos factos, a 21 de dezembro, uma patrulha de Bragança foi chamada para desacatos junto a um bar, que não era o inicial, mas outro, alguns metros mais à frente, na Avenida Sá Carneiro.

No local terá encontrado dois jovens, que não os cabo-verdianos, que lhe terão dito que foram agredidos, mas que não pretendiam apresentar queixa ou receber tratamento hospitalar.

A PSP refere que iniciou de imediato diligências para procurar e identificar possíveis envolvidos nos desacatos.

De acordo com as explicações da direção nacional, outra patrulha é que encontrou o estudante cabo-verdiano sozinho e inanimado com cheiro a álcool do vômito que tinha nas roupas.

A PSP confirma que foi avisada pelo hospital de Bragança de que a vítima que tinham encontrado apresentava sinais de agressão.

Com a morte do jovem, dia 31 de dezembro, o caso passou para a alçada da Polícia Judiciária, concretamente para o Departamento de Investigação Criminal de Vila Real, já que não há PJ em Bragança.

A polícia anunciou a detenção de cinco suspeitos de envolvimento na morte do cabo-verdiano, que tem motivado reações a nível nacional e no seu país de origem com apelos a que se esclareça o que aconteceu e que os responsáveis sejam punidos.

Segundo a polícia, a morte do jovem Luís Giovani Rodrigues ocorreu por “motivos fúteis”, de acordo com o diretor nacional da Polícia Judiciária. “Não se trata de um crime entre raças”, afirmou Luís Neves.

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