“Desemprego real” é superior às estatísticas do IEFP, diz líder sindical

Foto PAULO NOVAIS / LUSA

Da Redação
Com Lusa

A líder da CGTP afirmou neste dia 20 que o “desemprego real é muito superior” aos números revelados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), apontando ser necessário “mudar de política” e não “dar ao capital aquilo que ele quer”.

Em Braga, à margem de uma manifestação para assinalar o dia de greve dos trabalhadores gerais do Hospital de Braga, a secretária-geral da intersindical, Isabel Camarinha, apontou como caminho o “combate” à precariedade e a necessidade de maior fiscalização.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 36,4% em junho em termos homólogos e recuou 0,6% face a maio, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo IEFP.

No final de junho, estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autônomas 406.665 desempregados, número que representa 74,8% de um total de 543.662 pedidos de emprego.

“A CGTP tem vindo a alertar para o crescimento do desemprego, nomeadamente neste surto pandêmico. Cem mil [novos desempregados] do ponto de vista oficial, destes 60% tinham um vinculo precário”, afirmou Isabel Camarinha.

A sindicalista realçou que o que “os dados mostram é que o número de ocupados baixou muito neste período [pandêmico] e não estão na taxa de desemprego”.

Segundo a líder sindical, “há um desemprego real que é muito superior ao que as estatísticas mostram”, pelo que defendeu ser” necessária uma mudança de medidas”.

Entre essas medidas, apontou, “a necessidade de combate aos vínculos precários, mais fiscalização, porque a maioria daqueles trabalhadores ocupam postos de trabalho permanentes e foram descartados pelas empresas nesta situação” de pandemia.

“Esta taxa de desemprego mostra que são necessárias medidas como a proibição de despedimentos e garantia de trabalho. Precisamos de uma mudança da política que tem sido aplicada”, salientou.

“Que a opção seja pelos trabalhadores, pelo desenvolvimento do país e não continuar a dar ao capital aquilo que eles querem”, apelou.

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