Desemprego pode ficar abaixo das estimativas, admite ministro

Da Redação
Com Lusa

O ministro português do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, destacou a diminuição “muito significativa” da taxa de desemprego, admitindo que a taxa anual poderá ficar abaixo da estimada pelo Governo.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu em baixa a taxa de desemprego de maio para os 7%, valor mínimo desde outubro de 2002, estimando para junho uma nova descida para os 6,7%.

O valor apurado em maio representa uma descida de 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior, menos 0,6 pontos percentuais em relação a três meses antes e uma queda de 2,2 pontos percentuais face ao mesmo mês de 2017.

“Há todas as expectativas para podermos vir a ter um valor anual que seja inferior àquele que o Governo estimou”, disse o governante em declarações à agência Lusa após a divulgação dos dados do INE.

Em abril, o Governo estimou no Programa de Estabilidade que a taxa de desemprego se fixasse nos 7,6% em 2018, longe dos 8,9% de 2017 e abaixo dos 8,6% estimados no Orçamento do Estado para 2018.

Segundo Vieira da Silva, os dados do INE vêm confirmar os elementos da Segurança Social e do Instituto do Emprego “da continuação de uma significativa criação de emprego e diminuição do número de desempregados”.

“Essa diminuição da taxa de desemprego é feita principalmente pela criação de emprego. O emprego cresce substancialmente e cresce mais do que a diminuição do desemprego. É um sinal extremamente positivo estes dados confirmarem uma descida da taxa de desemprego em maio”, disse o ministro do Trabalho, escusando-se para já a comentar a nova descida estimada para junho pelo INE, uma vez que se tratam ainda de dados ainda provisórios.

A população desempregada de maio foi estimada em 362,8 mil pessoas, tendo diminuído 1,4% em relação ao mês precedente (menos 5,1 mil pessoas), enquanto a população empregada foi estimada em 4.791,8 mil pessoas, tendo aumentado 1,7 mil (a que corresponde uma variação relativa quase nula) relativamente ao mês anterior.

A estimativa provisória da taxa de desemprego de junho de 2018 situou-se em 6,7%.

Neste mês, estima-se que a população desempregada tenha sido de 347,1 mil pessoas e a população empregada de 4.805,0 mil pessoas, refere o INE.

As taxas de desemprego dos jovens e dos adultos foram estimadas em 19,6% e 5,8% respectivamente, tendo ambas diminuído em relação a maio (0,9 e 0,2 pontos percentuais, respetivamente), acrescenta.

Consumidores

Também o indicador de confiança dos consumidores diminuiu nos últimos dois meses, enquanto o indicador de clima econômico aumentou entre maio e julho, atingindo o máximo desde maio de 2002.

De acordo com os dados do INE, o indicador de confiança dos consumidores diminuiu nos últimos dois meses, fixando-se nos 1,3 pontos em junho, após ter atingido em maio o valor máximo da série (3,3 pontos).

O INE explica que a redução do indicador de confiança dos consumidores em julho resultou do contributo negativo de todas as componentes, destacando-se as perspetivas relativas à evolução do desemprego e da situação econômica do país.

Já o indicador de clima económico aumentou entre maio e julho, atingindo os 2,5 pontos, máximo desde maio de 2002.

Em julho, os indicadores de confiança aumentaram também na indústria transformadora e nos serviços, tendo diminuído de forma ligeira na construção e obras públicas e no comércio.

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