Da Redação
Com Lusa
Em reunião com deputados socialistas da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, a administração da TAP assegurou que irá melhorar “rapidamente” o serviço de apoio aos clientes e retomar ligações com a África do Sul.
Segundo os deputados socialistas, um dos temas abordados na reunião do último dia 30 foi o serviço ao cliente e a gestão dos processos de reclamações, “que têm suscitado muitas queixas devido à anulação e alteração de voos e falta de resposta aos ‘emails’ e telefonemas dos passageiros prejudicados”, o que “foi reconhecido” pela companhia aérea como sendo um problema que é “absolutamente essencial que seja rapidamente resolvido”.
Os deputados Paulo Pisco, Carlos Pereira, Lara Martinho, Paulo Porto e Rosário Gamboa reuniram-se, em Lisboa, com o presidente do conselho de administração da TAP, Miguel Frasquilho, e o administrador Bernardo Trindade, para trocar impressões sobre problemas sentidos pelos passageiros das comunidades portuguesas na Europa e fora da Europa, da Madeira e dos Açores e do Porto e região norte.
Do encontro, os deputados socialistas tiveram a garantia por parte da TAP de que irá retomar as ligações com a África do Sul, “mas sem um horizonte temporal”, referiu o deputado Paulo Pisco em declarações à Lusa, após a reunião.
A companhia aérea reafirmou ainda que a partir de 15 de dezembro, tal como já tinha sido anunciado, passará a fazer dois voos semanais entre Lisboa e Caracas, “muitos importante para a comunidade portuguesa, mas também para todos quantos poderão vir a utilizar essa rota para depois irem para outros destinos”, acrescentou Paulo Pisco.
Apesar do encontro, o deputado sublinhou que os parlamentares vão continuar à espera de uma resposta às questões colocadas no requerimento de 21 de julho a pedir esclarecimentos ao Governo e à TAP sobre a anulação de voos que estavam a gerar “muitas queixas” de emigrantes portugueses já com viagens marcadas para passarem as habituais férias de verão em Portugal, tal como a Lusa noticiou na altura.
Numa nota enviada nesta quarta-feira, os deputados consideram que o contexto atual é muito difícil, devido à redução drástica da procura causada pela pandemia de covid-19, à necessidade de lidar com a situação de grandes prejuízos e com incerteza de não se saber ainda quando será possível recuperar a confiança dos passageiros para voltarem a viajar de avião.
Neste contexto, a TAP tem em curso um plano de reestruturação que vai procurar ajustar a sua organização e operações em função da conjuntura e dos contextos em que desenvolve a sua atividade, referem.
Tendo em conta estes fatores, os deputados dizem que na reunião com a administração da companhia aérea “expuseram as questões que mais tocam às comunidades portuguesas na Europa e fora da Europa, como rotas, preços e horários dos voos e também de e para a Madeira e Açores e destes aeroportos para outros destinos, designadamente para a Venezuela, Estados Unidos e África do Sul”.
Assim, foram abordadas as rotas para o Luxemburgo, Paris, Genebra, Londres e aeroportos do Brasil, entre outras, “como fundamentais para as comunidades portuguesas”, adiantam.
Quanto ao Porto e região norte de Portugal, “mereceram uma atenção particular”, pela necessidade de haver ligações regulares, face à importância da atividade econômica e da emigração, que é em boa parte oriunda do norte e centro do país.
A TAP mostrou-se “sensível” relativamente aos assuntos, mas não saiu do encontro uma resposta concreta relativamente a estes assuntos, confirmou o deputado Paulo Pisco.
No requerimento de julho, enviado ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, com perguntas dirigidas ao ministro das Infraestruturas e Habitação, os deputados socialistas referiam que “muitos” emigrantes têm exprimido “a sua enorme frustração por não terem condições para voar na TAP, seja pela redução do número de voos e de opções, seja pela política de preços altos praticada em algumas rotas, seja ainda pela instabilidade causada pelos cancelamentos e anulação de voos”.
Os deputados perguntavam à administração da TAP, através do ministério, se a empresa “está consciente de todas as perturbações que está a causar aos clientes que querem ir de férias a Portugal, muito particularmente aos portugueses residentes no estrangeiro, por causa do cancelamento e anulação de voos”.
E pretendiam saber ainda “qual a dimensão da redução dos voos da TAP para os aeroportos de França, Luxemburgo, Suíça e Alemanha e quantos voos semanais agora existem para estes países e se a companhia aérea encara a possibilidade de aumentar o número de voos de modo a garantir as férias de verão aos portugueses residentes no estrangeiro e outros cidadãos”, que a procuram.