Deputados do PS questionam governo sobre anulação de voos da TAP

Mario Cruz/Lusa

Da Redação
Com Lusa

Os deputados do Partido Socialista na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas entregaram nesta quarta-feira um requerimento a pedir esclarecimentos ao Governo e à TAP sobre a anulação de voos que estão a gerar “muitas queixas” de emigrantes portugueses.

No texto do requerimento, os deputados socialistas Paulo Pisco, Paulo Porto, Carlos Pereira e Lara Martinha, referem que “muitos” emigrantes têm exprimido “a sua enorme frustração por não terem condições para voar na TAP, seja pela redução do número de voos e de opções, seja pela política de preços altos praticada em algumas rotas, seja ainda pela instabilidade causada pelos cancelamentos e anulação de voos”.

“Com efeito, tem havido muitas queixas sobre a anulação e cancelamento de voos, havendo mesmo pessoas que ficam com as férias prejudicadas ou estragadas, tendo por vezes até de assumir custos inesperados”, sublinham.

Em diversos casos, os seus voos “são anulados ou os planos de voo alterados sem qualquer respeito pelos direitos dos passageiros, o que está a acontecer com muitas pessoas que já tinham feitas as suas reservas de viagens há mais tempo”, acrescentam.

Para os deputados, “a TAP tem uma missão incontornável de serviço público, que obviamente se deve refletir na sua relação com as comunidades portuguesas, como consta das suas orientações e obrigações”. Mas “infelizmente”, não isso que está a acontecer, consideram, sublinham no requerimento enviado ao Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, com perguntas dirigidas ao Ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.

Por isso “muitos” portugueses residentes no estrangeiro estão a optar por outras companhias, “seja por oferecerem mais garantias de realização dos voos previstos, seja porque os inúmeros casos que têm ocorrido e geram perda de confiança em relação à companhia portuguesa”.

Reconhecendo que o mundo vive hoje tempos muito conturbados, por causa da pandemia de covid-19, um facto que tem provocado fortes perturbações em inúmeras empresas e setores, tanto na organização da sua atividade como ao nível da perda de receitas, os parlamentares consideram que “a TAP é um desses casos”, apesar de “haver uma grande expetativa que no período de verão pudesse regressar a alguma normalidade, com voos regulares e sem grandes perturbações para os passageiros”, salientam.

Assim, pouco mais de meio ano após a notificação dos primeiros casos de covid-19, “muitos portugueses residentes no estrangeiro tinham a expetativa de voar na TAP para gozar as suas férias no país, deslocando-se de avião por maior comodidade e menos risco. O mesmo acontece, claro, com muitos outros cidadãos estrangeiros que tinham a expetativa de passar férias em Portugal, utilizando para esse efeito a TAP”, sublinham.

Até porque a TAP é a “companhia do coração dos portugueses residentes no estrangeiro, pois é a viajar nos seus aviões que se sentem em casa”.

Perante tudo isto, “seria expectável” também que a TAP tivesse “a maior atenção” com todos os países onde existem fortes comunidades portuguesas, muito particularmente na Europa, até por representarem um enorme potencial de clientes, assegurando para os aeroportos do continente, da Madeira e dos Açores “a deslocação regular sem sobressaltos nem imprevistos nem preços inflacionados”, consideram os deputados socialista.

Como tal não acontece, ao abrigo das disposições legais e regimentais, os deputados perguntam à administração da TAP, através do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, se a empresa “está consciente de todas as perturbações que está a causar aos clientes que querem ir de férias a Portugal, muito particularmente aos portugueses residentes no estrangeiro, por causa do cancelamento e anulação de voos.

Os parlamentares socialistas querem ainda saber “qual a dimensão da redução dos voos da TAP para os aeroportos de França, Luxemburgo, Suíça e Alemanha e quantos voos semanais agora existem para estes países e se a companhia aérea encara a possibilidade de aumentar o número de voos de modo a garantir as férias de verão aos portugueses residentes no estrangeiro e outros cidadãos”, que a procuram.

Por outro lado, questionam sobre qual é a política de reparação da empresa aos clientes que são prejudicados com o cancelamento ou anulação dos voos.

Por último, os deputados socialistas da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portugueses também pedem uma resposta sobre a perspetiva de reinício das ligações da companhia aérea para a Venezuela, bem como sobre a possibilidade de haver uma linha direta para a África do Sul, “indo assim ao encontro de expetativas legítimas das comunidades portuguesas residentes nesses países”.

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