Da Redação
Com Lusa
A deputada estadual brasileira Martha Rocha, filha de portugueses, considera que a “grande dificuldade política” que o Brasil atravessa é uma oportunidade para fazer “uma correção” no sentido de ter um país “mais íntegro e ético”.
“É exatamente no momento de grande dificuldade política que o Brasil passa que se devem tomar as decisões mais sábias”, disse a deputada, que foi também a primeira mulher no Brasil a chefiar a polícia civil do Rio de Janeiro.
“Eu não tenho medo desse momento, porque eu acho que era preciso passar por esse momento. É neste momento de mudanças, de correção, que podemos ter um país mais íntegro, comprometido com a ética, que pensa a política de uma outra forma. Este momento vai ser muito importante para o Brasil”, considerou, em entrevista à Lusa, a deputada estadual, filha de pais portugueses, da região de Trás-os-Montes.
Questionada sobre se, na atual crise política, económica e social no Brasil, podem surgir ameaças aos direitos humanos – tema que segue na Assembleia Legislativa, nomeadamente quanto às mulheres -, Martha Rocha alertou que “no Brasil e no Rio de Janeiro despontam algumas mentes que acreditam que o desrespeito dos direitos humanos é sempre a forma mais fácil de resolver as questões”.
“Como se, com um passe de magia, apenas com prisões ou polícia na rua se resolvesse o problema da criminalidade no Brasil”, comentou, alertando que cabe aos cidadãos defender o cumprimento dos direitos. O Brasil, salientou, “não pode retroceder”.
“Os brasileiros têm de ficar atentos a estas movimentações que acham que com o desrespeito das leis e dos direitos humanos é possível resolver os problemas do Brasil”, sustentou.
A descendente de imigrantes acredita que os brasileiros “têm muito a aprender com os portugueses”. Portugal “dá o exemplo do trabalho”, porque “também passou por um momento difícil e reinventou-se”, considerou.
“Cabe aos brasileiros neste momento unir as forças políticas, unir o povo, que é sábio, e trabalhar”, sustentou.
O Brasil atravessa uma crise política, social e econômica, com vários casos de políticos, incluindo o Presidente, Michel Temer, suspeitos de envolvimento em escândalos de corrupção.