Da Redação
A Casa de Portugal de São Paulo convidou a fotógrafa luso-brasileira Catarina Machado para a recolha de imagens com intuito de promover uma exposição fotográfica itinerante no decorrer de 2019.
A seleção foi feita em Outubro de 2018 e a exposição será constituída por 20 peças, sendo 18 imagens que focalizam a calçada em diversas localidades portuguesas e duas captadas na cidade de São Paulo; uma no Parque da Independência no Ipiranga e a segunda na Galeria do Conjunto Nacional na Av. Paulista.
Com uma recente parceria entre a Casa de Portugal e o Conjunto Nacional, localizado no único quarteirão da Avenida Paulista em que sobreviveu a calçada portuguesa, a exposição “Calçada Portuguesa” ficará aberta ao público entre 5 e 25 de Fevereiro na Galeria do Conjunto Nacional.
Depois, a mostra segue um calendário itinerante por várias associações luso-brasileiras em diversos estados brasileiros, com o apoio dos respectivos Consulados de Portugal locais.
Patrimônio
A calçada portuguesa ou mosaico português ou ainda pedra portuguesa é o nome consagrado de um determinado tipo de revestimento de piso utilizado especialmente na pavimentação de passeios, de espaços públicos ou privados.
De início, a pedra portuguesa foi usada como lastro dos navios que partiam de Portugal desde o século XV em busca de sonhos, especiarias e descobertas, para garantir a estabilidade da navegação.
Depois, já em meados do século XIX, tomou a forma de calcetamento de praças e passeios públicos. O primeiro uso teria sido no Castelo de São Jorge, em Lisboa. Pedras com formato irregular, geralmente em calcário branco e negro, usadas para formar padrões decorativos ou mosaicos pelo contraste entre as duas cores.
Logo se percebeu a harmonia estética desse jogo de cores, o preto e o branco, mais tradicionais, embora depois tivessem ficado populares também o vermelho, o azul, o cinza e o amarelo. Na sequência do sucesso no Castelo de São Jorge veio a Praça do Rossio, também em Lisboa. Movimentos sinuosos do calcário branco e preto formavam ondas, o Mar Largo, a prestar culto e homenagem aos descobrimentos e a seus heróis.
A calçada portuguesa rapidamente se espalhou em Portugal e pelas “colônias”, subjacente a um ideal de moda e de bom gosto, tendo-se apurado o sentido artístico, que foi aliado a um conceito de funcionalidade, originando autênticas obras-primas nas zonas pedestres.
Também em certas regiões brasileiras é possível encontrar pedras em azul e verde. A sua aplicação pode ser apreciada em projetos como o do Largo de São Sebastião, construído em Manaus no ano de 1901, o famoso calçadão da Praia de Copacabana, no passeio e no interior da Galeria do Conjunto Nacional na Av. Paulista e no Parque da Independência no Ipiranga bem como ainda no chamado “Centro Velho” da cidade de São Paulo.
A pedra portuguesa passou a ser encontra não só em revestimento, mas na arte, no design, na publicidade e na poesia.
Em 1986, foi criada uma escola para calceteiros (a Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa), situada na Quinta do Conde dos Arcos, e atualmente a calçada portuguesa é candidata à Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, cuja candidatura foi apresentada pela cidade de Lisboa em Outubro de 2016 e está em fase de análise na UNESCO.
Fotógrafa
Catarina Machado nasceu em São Paulo em 1998 e desde pequena demonstrou suas aptidões para a fotografia capturando paisagens em suas viagens. Foi aluna do Colégio Guilherme Dumont Villares no Morumbi, concluiu o curso de Fotografia do Centro Universitário Belas Artes e atualmente é aluna do IIF – Instituto Internacional de Fotografia.
Ela foi autora da exposição “Bancos – Contemplar e Integrar” que já esteve patente ao público na Galeria da Casa de Portugal e do Conjunto Nacional e que em breve estará disponível em várias estações do Metrô de São Paulo.
O curador Belisário dos Santos Jr. é advogado, produtor teatral, e membro, representando o Brasil, da Comissão Internacional de Juristas, com sede em Genebra. É diretor do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (CESA) e diretor da Casa de Portugal.
A iniciativa da mostra é uma promoção conjunta da Casa de Portugal e do Conjunto Nacional com o apoio da Associação Paulista Viva e do Consulado Geral de Portugal em São Paulo, registrando-se o patrocínio da TAP, da Caixa Geral de Depósitos, e da EDP (patrocinadores da Casa) e do Grupo Fátima Hotels e Hotel Mundial Lisboa, parceiros que apoiaram a recolha das imagens em Portugal.
SERVIÇO:
Exposição Fotográfica “Calçada Portuguesa”
De 5 a 25 de Fevereiro – Galeria do Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2073 – Térreo
Segunda a Sexta das 07:00 às 22:00 hs
Sábados e Domingos das 10:00 às 22:00 hs
Entrada Grátis
Informações: (11) 3273-555