Demissão: Mais dois nomes exonerados do governo de Portugal

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, chega para falar perante a Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, na Assembleia da República em Lisboa, 10 de novembro de 2023. TIAGO PETINGA/LUSA

Da Redação com Lusa

O Presidente de Portugal exonerou hoje, com efeito imediato, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e  secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, que lhe foram propostas pelo primeiro-ministro.

“Na sequência das propostas do primeiro-ministro, agora recebidas, o Presidente da República exonerou, a pedido dos próprios e com efeito imediato, João Saldanha de Azevedo Galamba, das funções de ministro das Infraestruturas, bem como Pedro Miguel Ferreira Jorge Cilínio, das funções de secretário de Estado da Economia”, lê-se numa nota publicada pela Presidência da República.

António Costa tinha uma audiência marcada com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para as 17:30 de terça-feira sobre a situação do ministro das Infraestruturas, que foi constituído arguido no âmbito da operação “Influencer”.

João Galamba pediu hoje a demissão do cargo de ministro das Infraestruturas, que justificou com a necessidade de assegurar tranquilidade e discrição para a sua família, e que foi aceite pelo primeiro-ministro.

 O pedido de demissão do secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, “não está relacionado com os temas que têm vindo a público nos últimos dias”, esclareceu em nota o Ministério da Economia e do Mar.

Em comunicado, a tutela informou que o secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, “apresentou hoje o pedido de demissão, o qual foi aceite pelo Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva”.

“O pedido de demissão não está relacionado com os temas que têm vindo a público nos últimos dias”, assegurou o ministério, referindo-se à operação “Influencer”, relacionada com negócios de exploração de lítio e hidrogênio e da criação do centro de dados de Sines.

No cargo

Já o ministro da Economia e do Mar negou hoje ter feito algum contacto com o consultor Lacerda Machado e afastou a possibilidade de se demitir, lamentando ainda o impacto que o caso teve para o primeiro-ministro.

“Estou há 20 meses no Governo e nunca tive qualquer contacto com o dr. Lacerda Machado”, afirmou António Costa Silva, que falava aos jornalistas, em Lisboa, à margem da cimeira tecnológica Web Summit.

O advogado Magalhães e Silva disse, no domingo, que o Ministério Público reconheceu o lapso na transcrição de uma escuta a Diogo Lacerda Machado, onde é referido o ministro da Economia, António Costa Silva, mas transcrito apenas António Costa, o primeiro-ministro.

“Foi o dr. Lacerda Machado que deu sinal ao Ministério Público que havia efetivamente esse lapso e o Ministério Público reconheceu”, disse o advogado aos jornalistas à entrada para o tribunal, no Campus de Justiça, em Lisboa.

Em causa está a escuta a uma chamada telefônica entre o ex-administrador da Start Campus Afonso Salema e Diogo Lacerda Machado, consultor da empresa, em que o primeiro pede ao segundo que aborde o Governo para que interceda numa alteração em matéria de códigos de atividade econômica para os centros de dados.

O primeiro-ministro demitiu-se, na terça-feira, depois de saber que o seu nome tinha sido citado por envolvidos na investigação do Ministério Público a negócios do lítio, hidrogénio e centro de dados de Sines, levando o Presidente da República a dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas para 10 de março.

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