Decisão de suspender voos da TAP “terá consequências graves para a economia” do Porto

Mundo Lusíada
Com Lusa

Vila Nova de Gaia, Porto. Foto: Antônio Amen
Vila Nova de Gaia, Porto. Foto: Antônio Amen

A Associação Comercial do Porto alertou nesta sexta-feira que as 16 ligações diárias da TAP entre Porto e Lisboa, e a suspensão de quatro voos com partida do Porto vão desviar passageiros para Lisboa e retirar turistas galegos ao Porto.

“Esta decisão vem esvaziar a operação da TAP no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, obrigando a quase totalidade dos passageiros do Porto e do Norte a realizar escalas em Lisboa, lê-se num comunicado de imprensa que a Associação Comercial do Porto (ACP) divulgou.

A transportadora aérea TAP anunciou na segunda-feira transata, dia 18, que vai suspender a partir de 27 de março quatro voos do Porto para Barcelona, Milão, Bruxelas e Roma, e outros cinco de Lisboa com ligação a diferentes cidades europeias. A TAP também veio informar que ia duplicar as ligações diárias entre o Porto e Lisboa, estando a estudar com a ANA — Aeroportos de Portugal soluções para encurtar o tempo necessário para os procedimentos de embarque.

Para a ACP, a ponte aérea Porto-Lisboa serve apenas para alimentar o Aeroporto de Lisboa e as rotas internacionais da TAP.

“É uma decisão que terá consequências graves para a economia”, observou Nuno Botelho, presidente da ACP, referindo que como a TAP vai abrir a partir de julho ligações diretas entre Lisboa e Vigo, tal facto vai “afastar o Porto das deslocações dos turistas e empresários galegos”.

O presidente da ACP sustenta que as decisões da transportadora aérea da TAP prejudicam “o crescimento do Aeroporto do Porto e a economia da região” e informa que aguarda “o prometido” contacto dos responsáveis da TAP junto dos “parceiros económicos regionais”, entre os quais aquela associação.

Nuno Botelho refere que tem o “máximo respeito” e é defensor da “iniciativa privada”, mas sublinha que a TAP não pode ser uma “TAP Lisboa”.

“A questão é saber se a TAP é uma empresa privada — e, nesse caso, toma as decisões apenas em função dos seus interesses e nós seremos capazes de encontrar alternativas –, ou se é uma empresa com uma participação pública — e então tem de respeitar o interesse nacional no seu todo. Não pode ser, como já disse, uma TAP Lisboa”.

Na terça dia 19, a ACP tinha vindo a público condenar a suspensão pela TAP de quatro voos com partida do Porto, considerando-a “lamentável” e “altamente prejudicial para as empresas e para a economia do Norte”.

No início de dezembro transato o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, veio informar que a TAP pretendia acabar com os voos de longo curso a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Questionado sobre o tema, o presidente da Associação Empresarial de Portugal, Paulo Nunes de Almeida, disse que a TAP “há muito tempo” havia abandonado o Norte do país.

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