Evento decorre na sala “Vivo Rio” e terá em palco António Zambujo, Raquel Tavares, exposição, colóquio e discussões sobre os 50 anos do 25 de abril.
Por Igor Lopes
“Fado e a Liberdade” será o tema da 14ª edição 2024 do “Festival Fado Rio de Janeiro”, entre os dias 22 e 23 de novembro. O evento irá decorrer num novo local, será na imponente grande sala da cidade, Vivo Rio, e terá em cartaz António Zambujo e Raquel Tavares.
Segundo apurámos, o tema “O Fado e a Liberdade” vem no seguimento das comemorações dos 50 anos da revolução dos cravos de abril de 1974. Além dos concertos de António Zambujo e Raquel Tavares, haverá a exibição do filme “O Cônsul de Bordéus”, um clássico do cinema internacional que destaca a contribuição portuguesa para a liberdade, bem como a exposição “O Fado e a Liberdade” criada pelo Museu do Fado e pela EGEAC. Haverá ainda uma conferência com Rodrigo Costa Félix sobre o tema “O Fado e a Liberdade”.
O Festival Fado acontece em 17 grandes cidades da Europa, África, América Latina e Ásia e completa 14 edições em 2024 desde o seu início em Madrid.
Uma iniciativa organizada pelas produtoras Everything is new e Alto e Bom Som, em coprodução com o Museu do Fado | EGEAC.
Artistas de renome
António Zambujo é um dos maiores representantes da música, língua e cultura portuguesas, tanto a nível nacional como internacional, em constante digressão há vários anos. O seu percurso começou com o fado e o cante alentejano, mas ele recusa-se a ficar preso a géneros musicais. Em 2016, lançou um álbum em homenagem a Chico Buarque, “Até Pensei que Fosse Minha”, que lhe valeu uma nomeação para o Grammy Latino em 2017. Recentemente, tem-se apresentado em concertos com o violonista e compositor brasileiro Yamandu Costa.
Em 2023, Zambujo lançou o seu décimo álbum de estúdio, “Cidade”, inteiramente composto e escrito por Miguel Araújo. O álbum inclui os singles “Dancemos Um Slow” e “Leva-me de Mim”, entre outros dez temas inéditos. Este disco reflete a solidão das cidades e realiza o desejo de Araújo de ter um álbum seu interpretado por Zambujo, que ele considera o seu cantor preferido.
O álbum anterior de Zambujo, “Voz & Violão” (2021), entrou diretamente para o #1 do Top de Vendas nacional. Em 2022, lançou uma coletânea com alguns dos seus maiores êxitos, como “Pica do 7”, “Flagrante”, “Lambreta” e “Zorro”. Zambujo é conhecido pela sua excelência como cantor e músico, capaz de cativar o público, quer se apresente sozinho com a sua guitarra ou acompanhado pelos seus músicos. Em 2024, regressa ao Festival de Fado para um concerto único e imperdível.
Já Raquel Tavares nasceu em Lisboa, em 11 de janeiro de 1985, e desde os 10 anos de idade já estava imersa no mundo do Fado. Aos 12 anos, venceu a Grande Noite do Fado, organizada pela Casa da Imprensa, e aos 14 anos lançou o seu primeiro álbum, “Porque canto o Fado”. Poucos anos depois, lançou “Raquel Tavares”, produzido por Jorge Fernando, que lhe valeu o prémio revelação dos “Prémios Amália Rodrigues”.
Em 2008, com experiência acumulada nas grandes casas de Fado de Lisboa, lançou “Bairro”, produzido por Diogo Clemente, considerado pela crítica um dos melhores álbuns de Fado de sempre. Após oito anos sem lançar novos trabalhos, voltou em 2016 com “Raquel”, um álbum que inclui grandes canções e fados, alcançando sucesso imediato e um galardão de ouro. Posteriormente, gravou um álbum de homenagem a Roberto Carlos, que foi um grande sucesso de vendas e recebeu um galardão de platina, seguido de uma extensa digressão.
No início de 2020, após uma pausa na sua carreira, Raquel participou em vários projetos televisivos como atriz em novelas e séries de humor, e aventurou-se no mundo das dobragens de filmes de animação. Quatro anos depois, sentiu saudades dos palcos e aceitou o desafio de participar no prestigiado Festival Internacional do Fado, onde já atuou ao lado de nomes como Carlos do Carmo e Camané. Agora, Raquel Tavares, uma voz icónica e autêntica do Fado, prepara-se para encantar novamente o Rio de Janeiro.