Da Redação com Lusa
O autor João Barrento foi distinguido com o Prêmio Camões 2023, anunciou hoje o Ministério português da Cultura.
“João Barrento foi reconhecido pelo júri como autor de uma obra relevante e singular em que avultam o ensaio e a tradução literária. Em particular, as suas traduções de literatura de língua alemã, que vão da idade média à época contemporânea, e em todos os gêneros literários, formam o mais consistente corpo de traduções literárias do nosso patrimônio cultural e constituem indubitavelmente um meio de enriquecimento da língua e de difusão em português das grandes obras da literatura mundial”, lê-se no comunicado, que cita o júri.
Para o ministro português da Cultura, Pedro Adão e Silva, o ensaísta, tradutor e crítico literário João Barrento, de 83 anos, é “um dos pensadores mais acutilantes da arte e da cultura em Portugal”.
Também cronista e professor, João Barrento nasceu a 26 de abril de 1940 em Alter do Chão.
Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e publicou diversos livros de ensaio, crítica literária e crônica.
Nomes
Brasil e Portugal lideram a lista de distinguidos com o Prêmio Camões, com 14 premiados cada, seguindo-se Moçambique, com três, Cabo Verde, com dois, e Angola, com Pepetela mais o lusoangolano Luandino Vieira.
O Prêmio Camões de literatura em língua portuguesa, instituído pelos Governos de Portugal e do Brasil, foi atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor português Miguel Torga.
Segundo o texto do protocolo constituinte, assinado em Brasília, em 22 de junho de 1988, e publicado em novembro do mesmo ano, o prêmio consagra anualmente “um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”.
A história do galardão conta apenas com uma recusa, a de Luandino Vieira, em 2006.
Lista dos distinguidos com o Prêmio Camões:
1989 – Miguel Torga, Portugal
1990 – João Cabral de Melo Neto, Brasil
1991 – José Craveirinha, Moçambique
1992 – Vergílio Ferreira, Portugal
1993 – Rachel Queiroz, Brasil
1994 – Jorge Amado, Brasil
1995 – José Saramago, Portugal
1996 – Eduardo Lourenço, Portugal
1997 – Pepetela, Angola
1998 – António Cândido de Mello e Sousa, Brasil
1999 – Sophia de Mello Breyner Andresen, Portugal
2000 – Autran Dourado, Brasil
2001 – Eugénio de Andrade, Portugal
2002 – Maria Velho da Costa, Portugal
2003 – Rubem Fonseca, Brasil
2004 – Agustina Bessa-Luís, Portugal
2005 – Lygia Fagundes Telles, Brasil
2006 – José Luandino Vieira, Portugal/Angola
2007 – António Lobo Antunes, Portugal
2008 – João Ubaldo Ribeiro, Brasil
2009 – Arménio Vieira, Cabo Verde
2010 – Ferreira Gullar, Brasil
2011 – Manuel António Pina, Portugal
2012 – Dalton Trevisan, Brasil
2013 – Mia Couto, Moçambique
2014 – Alberto da Costa e Silva, Brasil
2015 – Hélia Correia, Portugal
2016 – Raduan Nassar, Brasil
2017 – Manuel Alegre, Portugal
2018 – Germano Almeida, Cabo Verde
2019 – Chico Buarque, Brasil
2020 – Vítor Aguiar e Silva, Portugal
2021 – Paulina Chiziane, Moçambique
2022 – Silviano Santiago, Brasil
2023 – João Barrento, Portugal