Mundo Lusíada
A historiadora Sônia Maria de Freitas, em seu sétimo livro, Vida e Obra do Comendador Montenegro: Um Lousanense Visionário no Brasil, descreve a formidável trajetória desse português. A obra resulta de uma ampla pesquisa realizada em coleções particulares, arquivos e bibliotecas portuguesas e brasileiras. Em suas 200 páginas, a obra inclui rica documentação histórica, 120 fotografias de época, além de gráficos e tabelas.
De acordo com a autora, a obra também será lançada em breve em Espírito Santo do Pinhal e na Biblioteca Municipal Comendador Montenegro, na Lousã, Portugal, com previsão para 30 de abril de 2014.
Nascido na Vila da Lousã, Distrito de Coimbra, Portugal, Montenegro inovou usando exclusivamente mão de obra livre e assalariada na sua fazenda, no tempo em que o trabalho escravo e o sistema de parceria eram predominantes nas relações de trabalho no Brasil. Chamado pela autora de um empreendedor antiescravagista no tempo do Império.
Corria o ano de 1867, quando em 6 de fevereiro o imigrante português João Elisário de Carvalho Montenegro trouxe 29 pessoas de sua terra natal para fundar a Colônia Nova Louzã, nas proximidades de Espírito Santo do Pinhal-SP.
Homem de ampla visão, com ideias democráticas e humanistas muito avançadas para a época, fez da abolição da escravatura, da imigração e do trabalho livre e assalariado, suas principais bandeiras de luta. Apesar da resistência de alguns, sua experiência iria influenciar outros fazendeiros, contribuindo para o fim do regime escravocrata no Brasil e a vinda de mais de 3 milhões de imigrantes para São Paulo, principalmente para trabalhar na cafeicultura.
Montenegro foi pioneiro também em outras iniciativas: lançou o movimento para que a ferrovia chegasse à região de Espírito Santo do Pinhal, cuja construção facilitou e barateou o custo de transporte do café, de mercadorias, além de pessoas e ideias. Em sua terra natal, o Comendador Montenegro participou da fundação do Hospital de São João, do Instituto D. Luís I e da primeira biblioteca pública. No Brasil, colaborou com grande soma de dinheiro para a construção do primeiro prédio da Beneficência Portuguesa de São Paulo, além do Hospital Francisco Rosas, da Santa Casa de Misericórdia de Pinhal.
Autora
Doutora em História Social pela USP, Sonia atuou como pesquisadora e curadora no Museu da Imagem e do Som e no Museu da Imigração, em São Paulo. É membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Além de participar de obras coletivas, possui artigos em revistas científicas no Brasil e no exterior. Entre outros títulos, publicou História Oral: Possibilidades e Procedimentos (São Paulo, 2002), Café e Imigração (São Paulo, 2003), Presença Portuguesa em São Paulo (São Paulo, 2006); e Beneficência Portuguesa de São Paulo: Um Século e Meio Provendo Saúde (São Paulo, 2009).
Com a obra “Presença Portuguesa em São Paulo” editado pela Imprensa Oficial, recebeu prêmio da Academia Paulistana de História. Além de diploma pelos serviços prestados em prol da Comunidade Luso-Brasileira, pela Câmara Municipal de São Paulo e pelo Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, e agraciada com medalha Comendador Pereira Queiroz pela Casa de Portugal de São Paulo, dentre várias outras homenagens e premiações.
O lançamento da obra acontece no dia 25 de setembro na capital paulista, e conta com apoio da Casa de Portugal de São Paulo.
SERVIÇO
Vida e Obra do Comendador Montenegro: Um Lousanense Visionário no Brasil
De Sonia Maria de Freitas
Data: 25/09/2013
Horário: a partir das 19:30h
Local: Casa de Portugal de São Paulo – Av. Liberdade, 602 (próximo Metrô Liberdade)
Site: www.memoria-historia.com.br